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Enviada em: 26/09/2017

O individuo é essencialmente cultural uma vez que nasce, vive e morre imerso em uma determinada cultura. Entretanto, diferente do que se pensa e do que é assegurado pela Constituição, nem toda a população tem acesso pleno aos seus elementos formadores como arte, dança, comunicação, teatros, museus e cinema gerando uma segregação categórica. Desta forma, torna-se clara a necessidade da democratização da cultura, não só para inclusão, mas também para a formação do cidadão.        Portanto, é importante ressaltar que o Brasil é um gigante miscigenado e que, para tornar a cultura acessível é preciso valorizar e descriminalizar qualquer tipo de manifestação cultural. O que não acontece atualmente posto a notável atuação do preconceito nesse cenário uma vez que que o funk é taxado como música de baixa qualidade apenas por ser consumido em maior escala por moradores de periferias e favelas. Segundo o antropólogo Nestor Canclini todas as culturas possuem formas próprias de organização e características que lhes são intrínsecas, mesmo que possam nos parecer estranhas, devem ser respeitadas.       Além dos problemas encarados pela pluralidade, a cultura enfrenta barreiras geográficas visto que a distribuição dos seus bens ocorre de forma desigual. Nos centros urbanos, áreas de maior poder aquisitivo, a concentração de pontos culturais é imensa, enquanto alguns municípios não possuem sequer um. Em São Paulo as regiões da Sé e de Pinheiros concentram mais da metade dos centros culturais do estado, evidenciando essa adversidade. Com o intuito de soluciona-la, em 1985, no governo Sarney surgiu o Ministério da Cultura. No entanto, a arte continua sendo uma regalia dos mais afortunado, desrespeitando a Declaração Universal dos Direitos Humanos e a Constituição Federal de 1988.       Assim sendo, é papel do Estado honrar os ditos da Constituição e tornar a cultura algo democrático por meio da ampliação ao acesso de bens culturais universais através de instituições que não visem o lucro, além de criar meios de locomoção com destino para os centros culturais. A mídia pode auxiliar criando um quadro no jornal em que são divulgadas tais informações. E por fim, a escola em parceria com a família deve ensinar a importância da cultura para a formação de uma sociedade, fazendo com que nenhum tipo de manifestação venha a ser criminalizado.