Materiais:
Enviada em: 01/10/2017

Ir ao cinema, visitar museus, assistir uma peça teatral, passear em bibliotecas. Essas são apenas algumas atividades que promovem o acesso aos bens culturais de um país. No entanto, sabe-se que apenas uma pequena parte da sociedade brasileira pode desfrutar amplamente dessas atividades. Sob essa ótica, infelizmente, torna-se necessária a discussão sobre um problema que se perpetua no Brasil: A falta de democratização do acesso à cultura. Essa constatação exige uma reflexão sobre os principais aspectos que causam esse verdadeiro descaso social.       Em primeira instância, deve-se ressaltar como os fatores econômicos influenciam diretamente nessa segregação sociocultural existente no país. O sociólogo Polonês Zygmunt Bauman explica, em sua “modernidade líquida”, o crescente individualismo presente na sociedade pós-moderna. Sob essa perspectiva, pode-se compreender que as empresas, visando apenas os lucros, colocam altos preços nos ingressos, não se importando com os inúmeros brasileiros que não terão acesso a esse bem cultural, impossibilitando a sociedade de baixa renda de possuir um amplo acesso à cultura. Nesse contexto, deve-se observar outro grave problema que surge no país: o aumento da reprodução de cópias ilegais, popularmente conhecido como pirataria.       Outro ponto a ser discutido é como a ineficácia do Estado contribui para o agravamento desse problema no Brasil. Primeiramente, caberia a este garantir os direitos previstos na Constituição Federal de 1988, onde consta o Art. 215 que garante a todos o pleno acesso aos bens culturais no país. No entanto, sabe-se que na prática esse direito não é cumprido, e apenas as áreas mais elitizadas do país são contempladas com o amplo acesso a esses bens, gerando uma grande segregação socioespacial no país.       Diante do exposto, fica clara a necessidade de uma intervenção na questão da democratização da cultura no país. Por isso, cabe ao Ministério da Cultura, através de parcerias público-privadas, providenciar a construção de locais de entretenimento, como cinemas e teatros, a preços populares, para que qualquer cidadão, independente da condição financeira, possua um acesso digno aos bens culturais no país, cumprindo o que está previsto no Art. 215. Além disso, compete aos Governos Municipais, através de obras públicas, criar bibliotecas comunitárias nas áreas periféricas das cidades, visando despertar o interesse da população pelo hábito da leitura, contribuindo diretamente para a diminuição dessa segregação sociocultural que persiste durante anos na sociedade brasileira.