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Enviada em: 06/10/2017

O advento das transformações tecnológicas permitiu o uso de diversos meios para a difusão da cultura, especialmente os de comunicação. Analogamente, durante a Era Vargas, a “Hora do Brasil” era transmitida nas rádios, não somente para enaltecer o então presidente, mas para difundir a cultura brasileira por meio da música. Entretanto, com a modernidade líquida e, por conseguinte, individualização do mundo, a indústria cultural se sobressai em detrimento da democratização, com valores inacessíveis, além de restrição à áreas economicamente viáveis, o que dificulta o acesso à cultura.           Vale ressaltar que, o ideal marxista, no qual o capital influencia os padrões de integração do indivíduo no meio em que ele se insere, deixa evidente, portanto, a objetificação da cultura. Nesse sentido, o valor financeiro da dinamização de espetáculos, shows, teatros e cinema, transpõe o valor cultural existente. Destarte, com altos valores cobrados para ter acesso às diversas manifestações culturais brasileira, grande parte da sociedade sofre o processo de exclusão.        Ademais, o ideal de democracia, segundo Fernando Sabino, é propiciar a todos os cidadãos o mesmo ponto de partida, o que contraria a então realidade brasileira. Isso fica claro ao analisar que, grande parcela das amostras culturais oferecidas são, majoritariamente, nos centros urbanos das principais cidades brasileiras. Assim, no mínimo 16% da população está excluída da participação de apresentações culturais, tendo em vista ser a parcela da sociedade que vive no meio rural, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.        Fica claro, portanto, que a democratização da cultura é deficitária no Brasil e precisa de soluções. Uma forma eficaz é a implementação de políticas públicas pelo Ministério da Cultura que garantam, se não a gratuidade, preços mais acessíveis aos meios culturais. Somado a isso, a transmissão de atrações pela internet, em tempo real, é uma forma de impulsionar o processo de democratização. Outrossim, os Governos Municipais precisam garantir que as cidades afastadas dos centros urbanos tenham acesso à cultura, levando até elas diversas manifestações culturais como cinemas, shows, teatros e bibliotecas.