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Enviada em: 11/10/2017

O mecenato - financiamento das elites à produção cultural - foi, predominantemente, adotado durante o Renascimento. Diversos artistas, como Rafael Sanzio e Leonardo da Vinci, tiveram suas obras incentivadas. Com isso, ocorreu uma forte elitização artística, o que restringiu estas à pequena parte populacional. Na dinâmica contemporânea, a democratização da cultura é um desafio brasileiro, acarretando uma série de fatores.            Em primeira análise, vale ressaltar algumas das causas da dificuldade em ampliar o acesso às artes. A maior parte das atrações, como museus e teatros, se concentram no centro das grandes cidades. Nesse sentido, algumas pessoas, que vivem longe deste, são desmotivadas, haja vista a distância, e, às vezes, os altos preços de entrada que cooperam para a aglomeração artística. Outrossim, existem poucos locais adaptados às pessoas deficientes, pois muitos destes são históricos, o que aumenta a burocracia na questão de reformas, limitando diversos cidadãos a sua própria cultura.       Contudo, o Brasil caminha lentamente na busca em amenizar a problemática. Diversas manifestações culturais, como o carnaval, sofreram uma forte mercantilização. Este era uma expressão altamente popular e, por atrair multidões, passou a ser vista como uma fonte lucrativa. Hoje, embora existam diversos blocos carnavalescos gratuitos, percebe-se uma elitização, a julgar pelas entradas caras de sambódromos e de abadás. Diante disso, ocorre um processo de segregação, beneficiando quem possui poder aquisitivo naquilo que um dia foi inteiramente popular.      Torna-se evidente, portanto, que a cultura precisa ser ampliada e que medidas são necessárias para amenizar o impasse. As prefeituras devem incentivar, com recursos federais, a produção artística local, por meio de exposições em praças, além de criarem "cinemas" ao ar livre, como feito pela USP, a fim de aproximar daqueles arte que só seria vista em distantes centros, e também mostrar a diversidade cultural existente na própria região. Além disso, o Governo deve ceder incentivos fiscais às empresas que adaptarem aos deficientes centros de arte, com o fito de torná-los mais acessíveis. Ademais, os  cidadãos precisam refletir acerca de sua própria manifestação cultural, não aceitando imposições e preços naquilo que é passado de geração em geração. Dessa forma, do local ao global, o impasse será amenizado em longo prazo.