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Enviada em: 16/10/2017

Por um mundo mais colorido       Há 95 anos acontecia a Semana de Arte Moderna, movimento que mudou o rumo da literatura, da arte e rompeu com o conservadorismo. Hoje, com a globalização e a intensificação das indústrias de massa, a arte está mais acessível e ao mesmo tempo menos valorizada. Por isso, criar mecanismos que favoreçam a inclusão social através da cultura ainda é um desafio no Brasil, mas essa realidade pode ser transformada.        Em primeiro lugar, analisa-se que o acesso à arte e a cultura em geral está reservado para uma parcela privilegiada da população. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a minoria dos brasileiros frequenta pelo menos uma vez por ano o cinema; quase maioria nunca visitou um museu, exposição de artes ou espetáculos de dança, sendo que muitos municípios nem possuem tais locais. Além disso, grande parte da sociedade brasileira não tem acesso a livros devido aos altos preços. Dessa forma, fica evidente, que seja por inexistência, distancia ou preços, o brasileiro enfrenta vários obstáculos para ter a chance de contemplar uma manifestação cultural.       Outrossim, a difícil conquista da equidade ao acesso à cultura deve-se ao pouco incentivo direcionado ao mundo artístico e cultural. Ainda segundo a Unesco, metade da população pertencente a área artística não tem carteira assinada ou trabalha independentemente. Por outro lado, apesar de ser lei, o ensino de artes nos colégios é, muitas vezes, ignorado e o aluno não é motivado a se expressar artisticamente ou mesmo apreciar a arte. Ainda, pouco se vê nas mídias a demonstração de festas e exibições artísticas regionais, as quais caracterizam o povo brasileiro. Ou seja, muitos não procuram ou tem interesse, já que não conhecem as manifestações artísticas do Brasil.      Fica claro, portanto, que o acesso à cultura é restrito, as minorias são excluídas e as demonstrações culturais são ignoradas e esquecidas. Por isso, cabe às escolas em conjunto com as mídias valorizarem a cultura; aquela através de palestras, aulas de artes, danças e músicas que incentivem o indivíduo a se conectar com a arte; esta por meio de propagandas, programas televisionados e publicidade nas redes sociais a fim de explorar e expor as diversas culturas e artes do país. Não menos importante, é válido seguir o exemplo da UERJ, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, que aos finais de semana abre à comunidade a fim de oportunizar exposições, espetáculos de dança, teatro e cinema. Por fim, como disse a artista brasileira, Fernanda Montenegro: “Investir em cultura não é caridade, é uma parceria que ajuda a proteger o Brasil internacionalmente”.