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Enviada em: 17/10/2017

Vive-se hoje em plena revolução tecnológica. As transformações se dão, com tal velocidade, que ocorrem a cada dia, hora a hora e grande parte destas ocorrem no fluxo de informações. Qualquer notícia relevante no planeta passa, quase que imediatamente, a ser de conhecimento global. Tal fato, somente pode ser comparado à invenção de prensa por Gutemberg, no distante século XV. No entanto, ao contrário do que se previa, isto não representou numa melhora necessária no grau de informação da população. Em países com realidades tão díspares, como o Brasil, alguns desafios ainda precisam ser vencidos: o acesso à leitura em comunidades afastadas ou mais carentes, e a capacidade de analisar os conteúdos recebidos de forma crítica.          Em primeiro lugar, não se pode desconsiderar a multiplicidade de realidades que coexistem num país de proporções gigantescas como o Brasil. Somam-se a isso, as enormes desigualdades que marcam a sociedade brasileira. Neste contexto, há ainda uma grande dificuldade de acesso à leitura. Muitas escolas não tem uma biblioteca mínima para formar leitores; O acesso à internet, embora pareça trivial nos grandes centros, ainda é algo fora da realidade da maioria da população.         Outro problema consiste na qualidade da informação que se tem acesso. Mesmo garantido o acesso à leitura e a internet, como garantir a qualidade daquilo que se lê? Num mundo de redes sociais e fluxo contínuo de informações desencontradas, muitas incorretas ou irrelevantes, a chave parece ser a formação crítica do leitor e, para tanto é valioso o conceito de capital cultural do sociólogo Pierre Bourdieu . Para o autor, as famílias possuem, conforme sua origem e classe, um capital cultural que é passado de geração em geração. Desta forma classes menos favorecidas, ou provenientes de regiões mais afastadas, ficam alijadas do processo cultural, tomando as suas decisões com base apenas na tradição, conforme nos diz Max Weber.        Assim, identificados os desafios, soluções se impõem para superá-los. Desta feita, os governos municipais e estaduais podem celebrar parcerias com fabricantes de livros digitais ou tablets, de modo a garantir acesso a uma informação de qualidade. A contrapartida pode se dar através da redução de alíquotas de impostos ou ainda na autorização para exploração publicitária, sobre sua participação em projeto de formação de leitores. As secretarias de educação, por seu turno, devem, no seu âmbito de atuação, estimular a inserção nos projetos político-pedagógicos das escolas de  noções de sociologia e filosofia, de modo a se formar alunos capazes de refletir sobre a realidade em que vivem e as informações que recebem, posicionando-se frente às mesmas, pois como afirmava Paulo Freire, a educação não transforma o mundo, a educação muda as pessoas. As Pessoas transformam o mundo.