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Enviada em: 20/10/2017

A Semana da Arte Moderna, ocorrida em 1922, foi um movimento político e cultural que tinha como objetivo a ruptura da cultura com o conservadorismo e a busca por vanguardas artísticas. Tinha como intuito, aliás, a busca de uma cultura mais acessível. Contudo, quase um século se passou e a arte ainda não se tornou democrática devido, principalmente, às barreiras físicas e sociais.      O processo de marginalização no Brasil é evidente desde o século XIX, com a chegada da família real ao país. Nesse contexto, uma parcela da população menos privilegiada foi obrigada a mudar para as periferias, as quais possuíam, e ainda possuem, péssima infraestrutura. Desse modo, esses cidadãos marginalizados não têm acesso adequado à cultura, uma vez que, geralmente, as expressões artísticas estão limitadas às regiões centrais urbanas. Não obstante, essa segregação ainda se agrava por causa da dificuldade do acesso aos transportes públicos, que são relativamente caros e cansativos.      Concomitantemente às barreiras físicas, as discrepâncias sociais se mostram como limitadoras da democratização da cultura. Isso ocorre consoante à maioria das exposições artísticas, como óperas e obras teatrais, que ainda continuam extremamente elitizadas, uma vez que, por exemplo, em muitas delas o código de vestimenta é restrito, exigindo peças longe da realidade da periferia, como ternos. O preço, também, exerce papel crucial na segregação cultural no Brasil contemporâneo, já que, devido aos valores exorbitantes, só os mais ricos podem pagar pela consumação da arte.      Fazem-se, portanto, necessárias medidas que democratizem a cultura no Brasil. Para tanto, o Ministério da Cultura pode mediar a organização de exposições artísticas em locais mais periféricos para que, consequentemente, o acesso à cultura seja mais fácil. Ademais, ele pode fazer contratos com companhias de arte, garantindo preços mais baixos nos ingressos. Destarte, tanto os artistas, quantos os compradores sairão ganhando, já que essas exposições serão popularizadas. Outrossim, o Governo Federal se juntará à iniciativa privada para incentivar a consumação da cultura. Nesse âmbito, ele oferecerá concessões fiscais às empresas que se mobilizarem no apoio à democratização da arte por meio de campanhas publicitárias e investimentos na cultura.