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Enviada em: 31/10/2017

A Revolução Francesa, em 1789, trouxe à tona a questão igualitária e as liberdades individuais. Desde então, foram implantados os direitos culturais nas constituições mundiais, alegando suas contribuições ao desenvolvimento social e à inclusão do indivíduo. No contexto brasileiro, no entanto, o que se observa é a falta de acesso por grande parte da população, assim, torna-se necessária a discussão dos benefícios da democratização cultural bem como os entraves para sua realização.     É pertinente considerar, antes de tudo, que esse fenômeno corrobora para a consolidação do espaço democrático e impulsiona o poder de sensibilização. Isso porque uma verdadeira democracia se constitui pela divergência de opiniões entre os cidadãos e das variadas formas de expressão do pensamento. Essa questão fica evidente pelo fato de que nos regimes ditatoriais as manifestações culturais são censuradas a exemplo do Estado Novo varguista, no qual houve a criação da DIP. Outrossim, tem-se que o contato com expressões culturais mais elaboradas desenvolve a sensibilidade do homem, levando-o a um estágio de fruição estética e, consequentemente, de maior equilíbrio emocional.      Por outro lado, é preciso reconhecer os impasses para o pleno acesso cultural. Embora esse direito esteja na constituição e haja leis específicas para sua garantia, muitos estados sequer possuem salas de cinemas ou museus. Nesse ínterim, o principal empecilho é a falta de comprometimento governamental, marcada pela falta de infraestrutura, principalmente em áreas distantes dos grandes centros urbanos e pela carência de investimentos nesse setor. Também colabora para esse problema os altos custos de obtenção do entretenimento quando comparados com as rendas das classes mais baixas.      Mediante os fatos elencados, fica clara a importância da democratização cultural e os obstáculos desse processo. Desse modo, cabe ao setor público, através do Ministério da Cultura, em associação com o poder privado, financiar regularmente a melhoria da infraestrutura, construindo cinemas, bibliotecas públicas, museus e teatros, diminuindo os preços para sua utilização assim como fornecer pontos de internet gratuitos em ambientes de grande circulação. Aliado a isso, as escolas, em parceria com as mídias, devem promover festivais, feiras de livros e exposições, estimulando desde a tenra infância o interesse pelos conhecimentos culturais. Com essas ações será possível "alimentar" a criatividade e o bem-estar da sociedade.