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Enviada em: 28/10/2018

O século XV teve como grande marca a ascensão cultural, através do que se conhece como Renascimento. Entretanto, os avanços na área da literatura, ciência e da arte  fora vivenciada por uma parcela restrita da população. Analogamente, quando se observa o aspecto cultural no Brasil, verifica-se que este está longe de ser democratizado. Desse modo, a problemática persiste, seja por consequência do capitalismo, seja pela negligência governamental diante do impasse.           É importante notar, a princípio, que a ascensão capitalista é um fator preponderante para explicar a restrição do acesso à cultura por parte da população. Nesse sentido, os enormes valores requeridos em entradas de cinema, museus e teatros corroboram para filtrar àqueles que possuem capital suficiente para pagar e marginalizar os que não. Tal fato, na teoria de Milton Santos, indica que por trás de um capitalismo que supostamente deu certo, existe, na realidade, diversos problemas sociais gerados por esse, tais como a segregação cultural. Assim, os menos abastecidos passam a enxergar algumas manifestações culturais como somente dignas aos ricos.          Ademais, é necessário entender, ainda, que o descaso do Governo também é responsável pela manutenção do problema. Dessa maneira, apesar da Magna Carta de 1988 prever o acesso irrestrito à cultura, na prática, a carência de equipamentos culturais em grande maioria dos municipios configura-se como uma barreira. Dessa forma, a sociedade ideal proposta outrora por Platão, em "A República", marcada por justiça e equidade, torna-se cada vez mais utópica, uma vez que, segundo o IBGE, somente 27% das cidades do Brasil possuem museus.          Torna-se evidente, portanto, que medidas enérgicas devem ser feitas a fim de fornecer o acesso à cultura à todos. Sob essas perspectiva, cabe ao Ministério da Cultura o papel de incentivar e fornecer a toda população meios culturais através do maior investimento em programas como o "vale-cultura", além de realizar subsídios com cinemas, teatros etc com a finalidade de destinar dias mensais para o acesso gratuíto a esses. Similarmente, o Poder Executivo deverá fazer valer a Constituição, por meio do redirecionamento de verbas, com o fito de construir bibliotecas e centros culturais em todos os municípios. Somente assim, a longo prazo, o desenvolvimento cultural visto desde o Renascimento seja, finalmente, experimentado por todos.