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Enviada em: 29/06/2018

Segundo a historiadora Lilian Schwarcz, durante o Segundo Reinado, o imperador D.Pedro II criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, com o objetivo de valorizar e preservar a cultura do maior país da América do Sul. Entretanto, essa medida não foi acompanhada de políticas que proporcionem a democratização do acesso à cultura. Atualmente a realidade é similar, pois uma grande parcela da população não possui renda suficiente para frequentar museus, teatros ou comprar livros e muitas crianças e jovens, durante o período escolar, não recebem estímulos suficientes para enriquecerem seu repertório cultural.    De acordo com pesquisa divulgada pela UNESCO, 95% dos brasileiros adultos não frequentam museus ou galerias de arte e o preço médio dos livros impossibilita que os brasileiros das classes C, D ou E comprem livros mensalmente. Desse modo, uma análise cuidadosa desses dados permite inferir que são necessárias melhorias nos projetos sociais existentes, como o Vale Cultura, que poderia ser obrigatório a todas as empresas e ter seu valor reajustado, pois no Brasil o preço médio dos livros sobe mais que a inflação, o que inviabiliza o hábito da leitura. Além disso, os eventos culturais, como apresentações de orquestras e exposições de obras de arte, também, não possuem preços acessíveis, e isso é a razão de muitos trabalhadores brasileiros destinarem seus momentos de lazer à indústria cultural, que segundo o filósofo da Escola de Frankfurt, Theodor Adorno, não produz conhecimento, mas apenas tem o intuito de alienar a população e vender um produto.    Outrossim, a interpretação da canção Aquarela do músico e compositor Toquinho, demonstra para o ouvinte atento, como habilidades essenciais para o desenvolvimento da cognição infantil, tais quais a criatividade e a imaginação são desenvolvidas durante uma atividade lúdica de desenho. Por isso, é fundamental que as crianças tenham acesso à cultura nas escolas públicas e privadas, nas quais deve haver o incentivo à leitura, à pintura, à prática musical, bem como a aprendizagem de idiomas.    Logo, o Brasil é um país multicultural, porém a maioria dos cidadãos não desfruta dessa riqueza imaterial. Para alterar essa realidade, cabe ao Ministério da Fazenda reduzir os tributos referentes aos bens culturais e aos eventos dessa natureza, com o intuito de causar a diminuição nos preços de livros, ingressos para concertos, museus e teatros. Por outro lado, o Ministério da Educação deve otimizar a estrutura das escolas públicas e instituir o ensino em tempo integral, sendo que após as aulas os estudante devem entrar em contato com as sete artes e desenvolver habilidades e valores fundamentais para a vida adulta. Por fim, com essas medidas o direito à cultura previsto na Constituição Federal será garantido a todos os cidadãos.