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Enviada em: 25/09/2017

No Pós-Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos passaram a exportar o “American Way Of Life”, que estimulava o consumo de produtos industrializados, entre eles os alimentos, como meio para se alcançar a felicidade. No mundo contemporâneo, o consumo exagerado de alimentos processados, aliado a outros fatores, contribui para tornar a obesidade um problema de saúde pública. Não obstante, mesmo com o aumento da incidência, o excesso de peso não é abordado de forma adequada no Brasil.    Para o sociólogo Zygmunt Bauman, o consumo é uma condição indispensável à vida. Sob esse aspecto, o progresso tecnológico, que incorporou ao mundo invenções que modificaram as atividades humanas, também favoreceu o sedentarismo. Com efeito, o estilo sedentário impele seus adeptos ao consumismo, direcionando, com seu fluxo incessante de publicidade, práticas alimentares da população para o consumo exagerado, o que resulta no elevado número de obesos. Outrossim, o modo de vida acelerado imposto pelos grandes centros urbanos e a nova dinâmica social, faz aumentar a opção por refeições rápidas e práticas. Assim, difundem-se os “fast-foods”, mais calóricos e gordurosos, fator que favorece o ganho de peso.    Sob essa conjectura, ao mesmo tempo em que o Brasil supera a problemática da fome, a obesidade atinge, segundo Ministério da Saúde, 20% dos brasileiros. Ainda nesse âmbito, o crescimento do distúrbio nutricional desencadeia outras doenças graves, como diabetes, problemas circulatórios e respiratórios. O que, por sua vez, congestiona filas para tratamento em hospitais públicos – muitas vezes mal preparados e com falta de profissionais especializados. Tanto que, atualmente, o Sistema Único da Saúde gasta com pacientes obesos 5% das despesas totais e, mesmo assim, os investimentos são insuficientes e mal geridos. Desse modo, evidencia-se um descaso, haja vista que, no futuro, o quadro crescente pode se agravar e o país não estaria preparado para solucioná-lo.     Torna-se evidente, portanto, que medidas são necessárias para resolver o impasse. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação incentivar atividades físicas e uma dieta equilibrada, por intermédio de programas de educação alimentar e ensino de esportes nas escolas, para estimular hábitos saudáveis já na infância. Por outro lado, a Mídia deve colaborar para ressaltar, por meio de programas televisivos e campanhas publicitárias, a importância de tais atitudes, além de reduzir o espaço para propagandas de alimentos calóricos e processados na programação. Ademais, Ministério da Saúde deve investir, em curto e longo prazo, na assistência a população, mediante uma reformulação no sistema público, a fim de ofertar mais vagas para tratamento e garantir atendimento precoce, com vistas à prevenção da obesidade.