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Enviada em: 31/07/2017

A ingestão excessiva de alimentos hipercalóricos, com altas taxas de açúcares e gorduras juntamente com a falta da prática de atividades físicas levou ao aumento de 75% da população obesa mundial na última década. Hoje, são preocupantes os valores gastos pelo SUS no tratamento de doenças que são provenientes do estado de sobrepeso. Nesse contexto, cabe analisar os vetores da problemática e, também, discutir suas consequências na sociedade.       A indagação que surge, então, é: quais características da sociedade contemporânea fizeram com que 40% da população adulta brasileira esteja acima do peso? Em um primeiro olhar, não há como negar que o estilo de vida do cidadão que sofre as exigências do mercado de trabalho, o qual impõe longas horas da jornada de serviço, fazem com que o indivíduo não consiga manter uma dieta saudável, ou seja, o que se vê, na maioria das vezes, é o trabalhador optando por comer um “fast-food” ( produto alimentício industrializado e muito calórico), por não ter tempo de preparar um cardápio bem equilibrado. Em síntese, usando das ideias do filósofo contemporâneo, Bauman, a falta de tempo- marca da comunidade moderna- é, portanto, efeito do sistema, além disso, causa dos problemas como a obesidade.       Outro ponto importante é discutir os efeitos desse problema, estes que começam a aparecer desde o aumento de gastos com remédios e tratamentos, porque com a obesidade a pessoa se torna propícia a outros males, como: problemas na coluna e complicações relacionadas ao coração; até a redução da qualidade de vida desse indivíduo. Além disso, vale salientar o aumento dos gastos públicos com doenças relacionadas a obesidade, atualmente, o governo destina 5% do investimento para esse segmento.Isso significa que, o capital que poderia ser investido para girar a economia ou para melhorias na educação é , infelizmente, empregado no auxílio a uma doença que é consequência, também, de leis trabalhistas falhas que privilegiam a burguesia. Por fim, entende-se que é necessário reverter esse processo, a fim de garantir o bem estar dos brasileiros e o melhor aproveitamento do dinheiro público.       Logo, torna-se pontual que a câmara dos deputados aprove uma lei que obrigue as empresas a preparar a refeição dos funcionários, sendo o cardápio submetido a análise prévia de um nutricionista ou a hora de almoço seja de no mínimo duas horas. Ademais, para que a proposta de intervenção seja eficiente é essencial que a população seja conscientizada, para isso o governo deve investir em campanhas comunitárias nos principais veículos de comunicação, as quais expliquem a importância de evitar a doença. Dessa forma, pode-se pensar em um sistema mais humanitário e justo.