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Enviada em: 09/09/2017

Fazendo uso do pensamento de Zygmunt Bauman sobre a Modernidade Líquida, o tempo em que vivemos é marcado por uma sociedade veloz e cada dia mais conectada. Trata-se de um novo mundo, admirável, repleto de sabores e que chega semi-pronto para ser aproveitado. Nesse cenário, onde o ser humano despeja toda sua atenção na luta para se manter estável numa sociedade com tantas desigualdades sociais e econômicas, são lançados novos padrões alimentares, que, aliados à falta de acesso a uma dieta diversificada, promove um aumento da obesidade e, consequentemente, na prevalência de doenças crônicas que pioram a qualidade de vida do brasileiro e podem até levar à morte.   Um dos fatores preponderantes para o aumento da obesidade é a mudança dos hábitos alimentares que se observa desde os anos 1970. As famílias acabam tendo menos tempo para comer e para compartilhar as refeições, o que seria mais saudável afetiva e fisiologicamente falando. Assim, passaram a optar por comidas mais rápidas de se obter, as quais são as mais calóricas e menos nutritivas também. Um exemplo de como o cardápio do brasileiro foi bruscamente alterado é observado numa pesquisa da Vigitel: o consumo de feijão, alimento que, antes, não podia faltar na mesa, diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016.   Um ponto que também deve ser destacado, é a falta de acesso a dietas diversificadas, o que depende menos de poder aquisitivo do que de uma educação alimentar. As pessoas são estimuladas pelas propagandas em outdoors e por comerciais de TV a se dirigirem às lojas de Fast-Food, mas muito pouco é feito para convencê-las dos riscos que estão correndo e para mostrar-lhes que existem saídas mais saudáveis, que não deixam de ser práticas.   Nesse sentido, é importante ressaltar o papel de cada cidadão para que a obesidade seja combatida. É muito comum as pessoas comerem rápido, sozinhas e com o celular na mão. Elas precisam refletir sobre a gravidade da obesidade e das condições e doenças a ela associadas, e encontrar um tempo, mesmo que curto, para prepararem suas refeições e sentarem-se a mesa com a família e com os amigos. Quanto a dieta diversificada, vale destacar de maneira positiva a política do Ministério da Saúde chamada Guia Alimentar para a população brasileira. O guia traz recomendações para a alimentação saudável e sobre a importância da convivência familiar no momento da refeição. O Governo brasileiro deve insistir e expandir políticas como esta, que levem conhecimento a população, e colocar à disposição das escolas novos cardápios para as crianças e mais tempo para a prática de atividades físicas, a fim de educá-las, desde cedo, a cuidar da saúde.