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Enviada em: 25/08/2017

O grande progresso agroindustrial do século XIX trouxe, além de inúmeras inovações na escala produtiva, transformações no que tange à cultura da alimentação dos indivíduos. Diante deste contexto, tornou-se inevitável o crescimento do número de casos de obesidade na sociedade - seja pela consolidação de hábitos imediatistas, seja pela utilização do alimento como distração das complicações psicológicas da população. Logo, é indubitável que deva haver mediações para que desestimule o aumento de peso dos indivíduos.    Conforme defendeu Zygmunt Bauman, o momento histórico atual, conceituado como "modernidade líquida", é caracterizado pela fluidez e imprevisibilidade das relações interpessoais. A seguir essa linha de pensamento, é factível afirmar que, pelas intensas jornadas de trabalho, pela mobilidade urbana acelerada e pelos excessos de compromissos, os indivíduos tendem a relativizar a prática de exercícios físicos e um caráter alimentício saudável, priorizando restaurantes como fast-foods e afins. Dessa forma, pelo sedentarismo e pelo défict nutricional destas comidas, é corroborado um aumento de peso considerável dessas pessoas - fato que problematiza a saúde pública por poder ocasionar hipercolesterolemia e distúrbios cardíacos. Portanto, intensifica-se a rapidez da sociedade hodierna paralelamente ao agravamento da adversidade em questão da obesidade no país.    Ademais, as origens desta complicação não se limita ao imediatismo analisado. Problemas de cunho psicológico - como o estresse e ansiedade - devem ser salientados como causas de grande parcialidade. Isso se justifica pois, de acordo com a filosofia baumaniana, tal efemeridade das relações leva à angústia, a incertezas e, consequentemente, aos distúrbios mentais mencionados. Neste cenário, na tentativa de obter alívio e calma, os indivíduos utilizam dos alimentos - na maioria das vezes, com baixo valor nutritivo -  como mediadores de tais inquietações e, por conseguinte, o aumento de peso é negligenciado em detrimento da suavização da inquietude vivenciada. Dessa forma, para que seja desmistificada esta cultura equivocada de alimentação, faz-se necessárias intervenções.     Com este propósito de minimizar o número de casos de obesidade, os institutos educacionais devem valorizar o debate sobre esta doença, trazendo às aulas palestras de médicos que esclareçam e orientem os alunos sobre tais causas e consequências. Outrossim, as prefeituras municipais devem investir em espaços de exercícios físicos - como academias ao ar livre em praças públicas - para estimular a prática pelos moradores. Por fim, a mídia deve promover campanhas que ressaltem os inúmeros problemas ocasionados pelo aumento de peso - como o gradativo aumento de óbitos por este motivo. Com essas medidas, tornar-se-á possível uma dieta mais saudável pela população.