Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações políticas, sociais e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XX. A crescente procura por hábitos alimentares irregulares, devida à falta de tempo reflete essa realidade. Ademais, tendo em vista que tal hábito é um dos principais fatores da obesidade, faz-se precisa uma reflexão, e também, medidas que possam combatê-lo. Em primeiro lugar, para se entender o problema, é necessário analisar suas causas. Resultado de uma sociedade em que o tempo está no comando, fez com que as redes de fast-food ganhassem cada vez mais visibilidade e espaço, ou seja, o “lanchinho rápido” já é garantido no cotidiano dos brasileiros. A Internet e redes sociais têm impulsionado esse fator, uma vez que, seu poder de influência atinge grande parte da população, consequentemente, a alimentação saudável está quase fora do cardápio. O problema, porém, não se resume somente a isso, pois, os resultados são terríveis para a saúde destes brasileiros. Dentre os efeitos, o que mais parece se destacar é a obesidade. Sabe-se, porém, que esse fator é apenas o início de uma variedade de problemas que, em conjunto, podem prejudicar ainda mais o indivíduo. O aumento de casos de obesidade, de problemas digestivos, de pressão alta e de diabetes prova que o hábito alimentar que a população adotou apenas traz malefícios à mesma. Com isso, a saúde e bem-estar tornaram-se mais frágil — e pobre — e as indústrias alimentícias mais ricas. Em um cenário de perda de respeito com a alimentação e saúde, e impossível não notar que a falta de consciência, de fato, está nos matando. Portanto, medidas são necessárias para a resolução deste impasse. Em primeiro plano, as instituições de ensino, em parceria com ONGs, podem ajudar, promovendo palestras que visam à importância da saúde e como mantê-la impecável, assim como projetos que busquem ajudar no conhecimento dos hábitos alimentares saudáveis — a fim de que haja uma conscientização, obstando a influência do capitalismo sobre a alimentação —, e programas esportivos para a inibição do sedentarismo. Além disso, a mídia e o poder público, juntos, podem trabalhar a temática e suas consequências, em campanhas publicitárias e mostrando alternativas, evidenciando que tudo começa com a educação alimentar. Afinal, como afirmou Platão: “o importante não é viver, mas viver bem”.