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Enviada em: 20/09/2017

“Eu acredito que podemos mudar o mundo através da alimentação.” A frase de Bela Gil, chefe e nutricionista, fundamenta a escolha de sua dieta em meio a tanto desequilíbrio nutricional. Hoje, a sociedade enfrenta inúmeros problemas relacionados à má alimentação e ao excesso de peso. Tal fato está relacionado, principalmente, ao cotidiano frenético, fazendo com que muitos não tenham tempo de se alimentar corretamente. Além disso, muitos preferem consumir uma comida mais saborosa, porém com menor valor nutricional e extremamente calórica. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade já é um problema de saúde pública.            Segundo dados do VIGITEL (órgão do Ministério da Saúde), em uma década, houve um aumento de mais de 10 pontos percentuais de pessoas em quadro de obesidade. A população ganhou peso e,com isso, sofre mais com diabetes, hipertensão e depressão. Assim, há uma perda da qualidade de vida e custos elevados ao sistema de saúde, já que cerca de R$460 bilhões no SUS são gastos com internações de pessoas com diabetes, problemas cardiovasculares e cirurgias bariátricas. Vítima da aceleração do mundo moderno, a alimentação tem se resumido a produtos industrializados e “fast-foods”. Tal como a ideia de modernidade líquida de Zygmunt Bauman, hoje, o prazer imediato e o pouco cuidado com o futuro tem deixado de lado os hábitos saudáveis.              Baseado no culto ao consumo e ao progresso tecnológico, o “American way of life” (Estilo de vida americano), difundido amplamente nos Estados Unidos durante a eufórica década de 1920, favorece a falta de atividade física com a modernização dos meios devido ao surgimento do elevador, da escada rolante, do controle remoto e do lazer sedentário. Além disso, o modelo urbano dominante na sociedade capitalista encoraja o uso excessivo de carro em detrimento dos meios alternativos, como as bicicletas. Além de não se preocupar com esses aspectos, uma pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que apenas um a cada cinco brasileiros pratica exercícios físicos e atividades como caminhadas, o que comprova a cultura do sedentarismo no Brasil.        Torna-se evidente, portanto, que a escola deve promover palestras com nutricionistas, e até aulas aulas de gastronomia, para tratar o problema desde cedo com conscientização. O Terceiro Setor deve investir na construção de academias ao ar livre, além da criação e reestruturação de centros esportivos, ampliando as oportunidades da população praticar exercícios físicos, para combater o sedentarismo. O Ministério dos Transportes, deve incentivar o uso de bicicletas para estimular a prática de atividades físicas. Assim, tratando as causas e minimizando os efeitos, será possível ver a alimentação como um ingrediente nas transformações de que a liquidez atual precisa.