Materiais:
Enviada em: 28/09/2017

"A corpulência não é só uma doença, como também é o prenúncio de outras". A frase é atribuída ao grego Hipócrates de Cós, pai da medicina, ao reconhecer a obesidade como um transtorno de saúde atrelado a outras consequências danosas para a higidez física e mental do ser humano. De fato, com as modificações trazidas pela Revolução Técnico-Científica a partir dos anos 1970, a "nova sociedade" está repleta de problemas associados à má alimentação dos indivíduos. Nesse sentido, a preferência por uma alimentação irregular, apesar de compreensível, pode trazer efeitos extremamente danosos e até irreversíveis para a saúde da população, já que a obesidade, neste ínterim, é uma das menores implicações desse comportamento.       Primordialmente, é importante destacar a ligação entre os casos de obesidade e o estilo de vida. Resultado da aceleração do mundo atual, é perceptível o crescimento do consumo de alimentos industrializados, que têm baixa qualidade nutricional. Outrossim, o sedentarismo ainda afeita a maioria da população brasileira: de acordo com o Ministério da Saúde, apenas 37,6% dos brasileiros praticam atividades físicas regularmente. Essa combinação de fatores influencia diretamente numa maior incidência dos casos de obesidade e de doenças não transmissíveis (DNT).       Atualmente, as DNT são responsáveis por cerca de 70% de todas as mortes no planeta, consoante dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Trata-se de um conjunto de enfermidades que engloba, por exemplo, distúrbios cardiorrespiratórios, acidentes vasculares cerebrais, diabetes tipo 2 e diversos tipos de câncer. Apesar de serem resultado de uma conjunção de fatores genéticos, comportamentais e ambientais, o excesso de peso é uma das causas diretas que podem levar a estágios mais avançados dessas doenças. Um dos impactos dessa conjuntura é a alta mortalidade da população em idade economicamente ativa, o que acarreta diminuição na produtividade e, consequentemente, no desenvolvimento econômico de um país.       Mediante o exposto, percebe-se a necessidade de reverter esse quadro por meio da conjugação de esforços dos diversos setores sociais. Em um contexto de reeducação alimentar, o Ministério da Saúde, em parceria com a pasta da Educação, deve promover planos que salientem aos jovens a importância de uma alimentação saudável, a fim de tratar o problema desde o seu cerne, pela conscientização. Acordos entre o Governo Federal e a indústria alimentícia também podem empreender políticas de redução gradual dos níveis de sódio e açúcar nos produtos industrializados, com o fito de evitar o ganho excessivo de peso pelos indivíduos. Apenas assim, tratando causas e efeitos do problema, será possível enxergar a saúde como um ingrediente imprescindível no decurso das transformações sociais.