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Enviada em: 01/10/2017

Hambúrguer, batata frita, pizza, cachorro-quente. Alimentos que são considerados lanches, devido ao imediatismo da sociedade contemporânea, na qual as pessoas não possuem mais tempo para sentar-se nas mesas para comer, acabam tornando-se refeições completas e diárias na vida de inúmeros brasileiros, contribuindo diretamente para um problema que cresce cada vez mais no país: a obesidade. Essa constatação, exige uma reflexão sobre os principais aspectos que fazem deste, um dos maiores problemas do século XXI.       Em primeira instância, deve-se observar um fenômeno que contribui diretamente para o aumento nos casos de obesidade no país: a alimentação como compensação emocional. O sociólogo Polonês Zygmunt Bauman explica, em sua “modernidade líquida”, como as relações na sociedade pós-moderna tornaram-se efêmeras, em que não são feitas para durar. Essa fragilidade presente nas relações contemporâneas acaba deixando um vazio emocional na vida de inúmeras pessoas, que iniciam uma busca pelo prazer instantâneo para compensar tal perda, muitas vezes encontrado na comida, infelizmente contribuindo diretamente para os casos dessa enfermidade no país.        Outro ponto a ser observado é como o padrão de beleza imposto pela sociedade contribui para o agravamento da obesidade no país. “Na essência somos iguais, nas diferenças nos respeitamos”. A assertiva de Santo Agostinho parecia não prever uma triste realidade que se perpetua na sociedade brasileira: o preconceito. Academias, transporte público, entrevistas de emprego. São inúmeros os locais em que os obesos, apenas por não possuírem um padrão corporal tido como ideal pela sociedade, sofrem constantes situações de aviltamento, gerando outro gravíssimo problema de saúde pública que contribui para a obesidade: o sedentarismo. Devido o medo de sofrerem algum tipo de discriminação, inúmeros cidadãos vítimas do sobrepeso optam por viverem isolados em suas casas, possuindo inúmeros direitos negados.        Diante do exposto, fica clara a necessidade de uma intervenção na questão da obesidade na sociedade brasileira. Por isso, cabe ao Ministério da Saúde, através de parcerias com centros esportivos, proporcionar locais que promovam a prática de atividades físicas, estimulando a liberação de endorfina, responsável pela sensação de prazer, visando retirar do imaginário popular a ligação entre comida e prazer, reduzindo o índice de obesidade no país. Além disso, compete ao Ministério da educação alterar a base curricular das escolas, acrescentando a disciplina de educação alimentar, com o objetivo de garantir uma próxima geração mais entendedora da importância de uma alimentação saudável e com mais qualidade de vida.