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Enviada em: 07/10/2017

Ao passo que o mundo, desde a Terceira Revolução Industrial, está inserido no meio técnico-científico informacional, a tecnologia vem trazendo para a humanidade cada vez mais facilidades, que claramente são benéficas em diversas áreas, todavia, tais comodidades proporcionadas pelo avanço tecnológico são um prato cheio para o sedentarismo, que por sua vez, está diretamente relacionado à obesidade. Tal transtorno alimentar, por outro lado, torna a sociedade menos produtiva, eleva os gastos públicos com as doenças relacionadas a ele e precisa indubitavelmente ser compreendido e controlado.    Em primeiro lugar, é válido ressaltar que a falta de tempo no cotidiano das pessoas é um grande fator para a falta de alimentação adequada. Moradores de grandes metrópoles, por exemplo, que passam grande parte do dia em ônibus e metrôs, não têm condições de se locomover até suas residências ou de usufruir de restaurantes finos durante o dia, e isso fica evidente ao observar a grande quantidade de fast-foods, com preços relativamente acessíveis próximos de grandes centros, e a opção por alimentos instantâneos, congelados e ultra-processados, o que tem como resultado pessoas com a saúde debilitada de forma cada vez mais precoce. Esse cenário contemporâneo de liquidez, associa Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, à música brasileira da banda Capital Inicial, na composição de "O lado escuro da lua", onde o eu lírico "corre como um louco" e lhe falta "sempre muito pouco".   É notável, outrossim, que a obesidade é um problema de saúde pública, e que sendo assim, carece de atenção por parte do governo. O SUS, por exemplo, oferece a cirurgia bariátrica, no entanto não oferece seu pós operatório. Além disso, a grande demanda por remédios relacionados à hipertensão, diabetes, descontrole de colesterol e glicemia, estão ligados à falta de educação alimentar, tornando a falta de investimento na prevenção uma grande dor de barriga, se comparada aos gastos públicos com medicamentos.    Em suma, o crescente problema do excesso de gordura e as suas consequências têm se tornado cada vez mas evidentes. Portanto, medidas como a Década de Ação das Nações Unidas para a nutrição, tomada pela ONU em conjunto com vários países, onde o Brasil tem como uma de suas metas reduzir a obesidade até 2019, precisam ser incentivadas e de fato atingir a eficácia. Sendo assim, promover, por meio do Ministério da Saúde em conjunto com o MEC programas de educação alimentar  nas escolas e regulamentação rigorosa de cantinas, é um caminho para alcançar tal objetivo. Outra opção, também, é por intermédio do Ministério do Trabalho tornar obrigatório que empresas ofereçam regularmente consultas e orientação em relação à saúde aos seus funcionários, tornando-os assim mais produtivos e menos suscetíveis aos transtornos alimentares.