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O consumismo é o hábito de adquirir produtos e serviços sem precisar deles. É a compra pelo desejo, e não pela necessidade. Geralmente, é marcado pelas compras por impulso e estimuladas pela ansiedade. Em casos mais graves, pode vir a se tornar uma compulsão. O indivíduo se deixa influenciar excessivamente pela mídia, o que é comum em um sistema dominado pelas preocupações de ordem material, na qual os apelos do capitalismo calam fundo na mente humana. Não é à toa que o universo contemporâneo no qual habitamos é conhecido como “sociedade de consumo”. Depois da Revolução Industrial, que possibilitou o aumento da escala de produção e incrementou o volume de mercadorias em circulação, o mundo se modificou profundamente. Com a industrialização veio o desenvolvimento econômico nos moldes do liberalismo e o consumismo alienado, ou seja, é como se as mercadorias fossem entidades abstratas e autônomas, independentes dos esforços humanos. Porque agora o homem não consome mais, como outrora, os produtos que ele mesmo elabora. Ele se encontra apartado dos frutos de seu próprio trabalho. O consumista não age como o consumidor, que compra as mercadorias e os serviços de que necessita para sua existência, já aquele está sempre atravessando as fronteiras da necessidade e tocando as margens do supérfluo. Ele atua muitas vezes movido por distúrbios emocionais e psicológicos, ou por motivações socioeconômicas, como uma espécie de compensação pela frieza do convívio social, pela carência financeira, por uma autoestima deteriorada, e por tantas outras razões. O resultado dessa atitude impulsiva é geralmente o endividamento crescente, então o indivíduo assume uma sobrecarga de trabalho, na tentativa de eliminar as dívidas, consequentemente é submetido a um regime de exploração no trabalho, novamente se vê emocionalmente frágil e se torna propenso de novo ao consumismo feroz. Como se percebe, cria-se um círculo vicioso, do qual somente com muito esforço e um eficaz tratamento terapêutico o sujeito pode se libertar. Além disso, o consumismo está ligado à noção de que comprar mais vai trazer sensações de felicidade e prazer momentâneo. Por exemplo: há quem use as compras como um gatilho para ajudar a melhorar o humor e, por isso, frequentam o shopping sempre que se sentem estressados ou angustiados. O maior problema surge quando o consumismo fica tão intenso que evolui para um comportamento compulsivo. É também resultado da influência de propagandas abusivas, que insistem em relacionar o consumo à felicidade e, muitas vezes, criam uma imposição de necessidades, mostrando como certos produtos ou serviços são capazes de tornar a vida das pessoas melhor. Inclusive, o consumismo tem outra face — também problemática —, que é o consumismo infantil, quando os produtos são associados a brindes, a personagens famosos ou a campanhas de publicidade que focam em despertar a atenção das crianças, os pequenos conseguem facilmente influenciar a decisão dos pais, especialmente em datas comemorativas. Para reduzir o hábito de consumo desenfreado no país, é necessário que o indivíduo busque tratamento psicológico, é preciso primeiro que ela se conscientize do processo que se desenrola em sua psique, mas dar esse passo não é fácil, porque consumir desenfreadamente é uma atitude muitas vezes inconsciente. O sistema capitalista gerou em nossa sociedade a ilusória concepção de que o consumo sem limites conduz ao bem-estar e é sinônimo de civilização. Assim, grande parte da sociedade frequenta Shopping Centers, verdadeiros templos do consumo, que se proliferam cada vez mais, e se envolvem em rituais de compra e aquisição de serviços, transformando o próprio corpo em mercadoria. Outra forma de diminuir o consumismo no Brasil é ensinar sobre gerenciamento das finanças pessoais e o consumo responsável desde cedo às crianças. Dessa forma, teremos consumidores mais conscientes e que saibam tomar decisões corretas durante as compras. É melhor não só para a saúde financeira, mas para a sociedade como um todo.