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Enviada em: 08/09/2017

Historiadores e economistas relatam que algumas décadas anteriores à crise de 1929 foram as melhores para a economia Estadunidense. O famoso "American Way of Life" ("estilo de vida americano" - em português) difundiu-se por todo o mundo, caracterizando o início de uma sociedade global, sobretudo, consumista. Já no Brasil do século XXI a situação não foi diferente. Seja pela influência midiática, seja pela relevância no status social o consumo desnecessário ganha dimensões preocupantes haja vista suas graves consequências ambientais.     O padrão de consumo hodierno é uma característica recente na sociedade brasileira. Sob essa ótica, os filósofos da Escola de Frankfurt, Adorno e Horkheimer, foram os pioneiros no estudo da mídia e seu potencial de influência em massa. No século XX, segundo eles, esta foi uma grande ferramenta usada por governos autoritários para enaltecer o regime. Nesa conjuntura, em um sistema global majoritariamente capitalista, a mídia passa a exercer sua função manipuladora para convencer a população a comprar cada vez mais e, consequentemente, perpetua os hábitos consumistas.     Além disso, alguns valores típicos da sociedade atual tornam-se contribuintes na prática do consumo. Dessa forma, o poder aquisitivo de um indivíduo é o que corresponde ao seu valor social, evidenciando essa perspectiva no ditado popular que diz: "o homem vale aquilo que tem". Por conseguinte, o gasto com produtos supérfluos torna-se necessário para que o cidadão seja valorizado no meio social.     Visto os fatores supracitados, é imperioso sobrelevar as consequências do novo "fato social" em questão. Nesse viés, é valido ressaltar que toda mercadoria, necessariamente, advém de uma matéria-prima extraída do meio ambiente. Ademais, essa, por sua vez, dará origem a uma quantidade de lixo que voltará como produto nocivo ao planeta Terra. Logo, fica evidente uma relação de proporcionalidade entre o consumo e a degradação ambiental, sendo necesário a adoção de medidas de reciclagem, reutilização e redução.     Com efeito, é imprescindível uma sinergia entre o Estado e a população para resolver o impasse em pauta. Em primeiro plano, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Outrossim, o Governo Federal em parceria com as Prefeituras municipais deve incentivar a comunidade a separar o lixo e entrega-lo em centrais de reciclagem por meio de um benefício em porcentagem de desconto nos impostos como IPTU. Só assim, o país tornar-se-á mais equilibrado no que tange à relação entre homem e meio ambiente.