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Enviada em: 14/09/2017

De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês falecido em janeiro deste ano, a velocidade é a principal marca dos dias de hoje. Nesse sentido, a rapidez que caracteriza a pós-modernidade afeta negativamente diversos aspectos da vida cotidiana, dentre eles, a relação das pessoas com o consumismo desenfreado. Um grave reflexo dessa conjuntura, é o alarmante endividamento da classe C, bem como o aumento de descarte dos produtos no meio ambiente. Logo, é imperativo que o poder público e a sociedade se unam para enfrentar esse problema.         À revolução industrial foi marcada pela excedente produção. Desde então a lógica capitalista é aumentar o poder de consumo da população, estimulando os consumidores a gastar cada vez mais. É fato que um dos fatores contribuintes para o aumento do consumo foi a ascensão da classe C devido ao ganho no poder econômico. Diante disso, essa parcela da população ao se deparar com a facilidade de acesso a bens antes inatingíveis, passa a comprar exacerbadamente, muitas vezes sem a real necessidade, apenas para demonstrar "status" diante da sociedade. Esse processo ocasiona o endividamento em massa e por consequência o agravamento da diferença entre as classes sociais. Dessa forma, esse problema poderia ser amenizado através do direcionamento educacional da sociedade a consumir somente o necessário para o dia a dia.          Deve-se entender que o aumento do consumo desenfreado tem relação direta com o aumento da produção de lixo. Um exemplo que ilustra bem essa relação, é o fato das empresas desenvolverem produtos com vida útil inferior à permitida pela tecnologia, motivando, assim, aos consumidores a comprarem um novo modelo em um curto espaço de tempo e consequentemente descartando o antigo. Esse fenômeno aumenta a geração de lixo, além do aumento de gases poluentes através do processo de combustão desses produtos. Logo, é necessário que ocorra a conscientização, desde pequenos, do consumo consciente de bens, para que possa ser construído valores e responsabilidades durante o desenvolvimento do indivíduo.          Como diz o sociólogo Francis Bacon, a consciência é a estrutura das virtudes, evidenciando que a consciência é a base para a superação do consumismo exacerbado, todavia, não é exclusivo. Para tanto, é necessário que o Governo em parceria com a mídia elaborem campanhas publicitárias voltadas à educação da sociedade em relação ao consumo de produtos realmente necessários com intuito de reduzir o consumo e o gasto descontrolado. Ademais, o Ministério da Educação deve incorporar atividades nas escolas, desde as séries iniciais, voltadas a conscientização do consumo e das consequências do descarte em excesso no meio ambiente para formar adultos com valores ambientais.