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Enviada em: 08/09/2017

Ainda no século XX, o chamado "American way of life" foi exportado para todo o mundo, tendo como principal pilar o consumo exacerbado. Na contemporaneidade, passadas décadas desde o sonho americano, o consumismo se faz presente nas mais diversas sociedades, representando um dos principais problemas vividos pelos brasileiros. Fatores de ordem social, bem como econômica, caracterizam o dilema do hábito de compras no país.    É importante pontuar, de início, a influência do modo de vida contemporâneo no consumo excessivo dos cidadãos. À guisa do sociólogo Zygmunt Bauman, a modernidade é marcada pela liquidez da relações e por suas aceleradas transformações. Nesse sentido, os indivíduos, imersos em um mundo cada vez mais rápido e estressante, encontram nas compras uma forma de refúgio e recompensa aos desgastes do cotidiano. Tal fator é ratificado por pesquisas recentes do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), em que 35% dos entrevistados admitiram o consumo como seu tipo de lazer favorito.    Outrossim, tem-se a indústria de propagandas como cerne do desequilíbrio na relação de compras dos indivíduos. Com o fim da Guerra Fria e a ascensão do capitalismo pelo mundo, a busca pelo lucro passou a movimentar diversos comerciais que estimulam o consumo desenfreado. Nesse contexto, a sociedade é bombardeada por anúncios publicitários, que ditam a forma como as pessoas vão gastar. Essa realidade é comprovada por levantamentos da Agência Brasil, em que as propagandas representaram 73% da influência em crianças e adultos na hora das compras.