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Enviada em: 12/09/2017

Ao descortinar o século XX, a contemporaneidade, marcada pelo advento do viés democrático e globalizado, permitiu a consolidação do processo de urbanização com a ascensão das indústrias de base e o fortalecimento do mercado interno. Nessa conjuntura, impulsionou-se os hábitos capitalistas no Brasil e, pressupondo a realidade como um processo histórico, como proferido pelo filósofo Georg Hegel, relata-se a potencialização do consumo de bens, desencadeando problemas socioambientais.                Em primeira análise, é válido ressaltar os reflexos do consumismo na sociedade. A esse respeito, relaciona-se a concessão de créditos aos trabalhadores, bem como as freqüentes promoções e descontos, instrumentos do marketing para atrair as classes baixas, principalmente. Soma-se a isso a adequação da produção industrial que, baseada na praticidade e na versatilidade, impõe facilidades no cotidiano moderno e efêmero. Como exemplo, destaca-se a série de alimentos pré-preparados e a força dos “fast-foods” no mercado. Em corolário a isso, converge-se para o déficit orçamentário mensal dos grupos sociais com o freqüente comprometimento da renda e para o acúmulo de bens e o exagerado descarte de embalagens, que coloca em xeque o equilíbrio ambiental.              Na esteira do processo de manutenção das práticas de consumo, alude-se ao emblemático papel da mídia no alinhamento comportamental no meio social. Isso porque, baseando-se no filósofo Rousseau, em que o homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado, conjectura-se as propagandas publicitárias aparatos de expressiva ação alienadora. Sob a ótica da sociologia, Adorno, que estudou a Indústria Cultural, pondera que a mídia cria estereótipos que tiram a liberdade de pensamento dos indivíduos, forçando imagens errôneas e supérfluas. A exemplo disso, aponta-se para um meio em que apenas 30% dos consumidores são conscientes e outros 30% consideram como diversão a prática de compras.             Torna-se evidente, portanto, os problemas relacionados à hegemonia dos hábitos de consumo no Brasil. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre os segmentos do Poder Público, as escolas e a sociedade. O Ministério da Imprensa precisa propor a regulação e a reformulação das normas da publicidade com o fito de filtrar conteúdos voltados para a alienação do público infantil e que instiguem a obesidade. As escolas devem trabalhar a mudança de comportamentos e a construção do senso crítico com debates em salas de aula, palestras e seminários envolvendo a sociedade na análise da conexão entre mídia, publicidade e indústria, além da adoção a hábitos sustentáveis de reciclagem e coleta seletiva. Destarte, mitiga-se os impactos ambientais e eleva-se a qualidade de vida.