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Enviada em: 10/09/2017

Crédito ou débito?  Há uma teoria acerca do processo de produção capitalista, criada pelo economista Joseph Schumpeter, a qual descreve as inovações tecnológicas como indutoras do crescimento econômico. Nesse ambiente agressivo de mercado, nutridor de veementes sentimentos voltados à ideia de posse e de acúmulo, é indubitável que o lema global agora seja o consumo cego e desenfreado. Nesse contexto, faz-se necessária uma análise quanto ao hábito de consumo do brasileiro, algumas de suas consequências e possível solução.    Existe no cérebro humano um sistema de recompensas, na área tegmental ventral, que tem como função o estímulo e a promoção de comportamentos. Certas condutas e procedimentos, como alimentar-se, o ato sexual e, também, comprar algo tão almejado, são capazes de liberar o hormônio dopamina que, quando ativado, provoca sensação de felicidade. Assim, inconscientes dessa premissa e manipulados pela ilusão do dispêndio com supérfluos como recompensa pela vida laboriosa, segundo o site g1.globo, cerca de 40% dos brasileiros compram apenas pelo prazer. Uma carência de cunho emocional suprida, em grande parte, por tecnologia, roupas e calçados e bebidas alcoólicas.     Infelizmente, o lado negativo do poder aquisitivo no país guarda seus recibos para futuras cobranças. A impulsividade do consumidor e a clara falta de conhecimento sobre sua vida econômica gera no país um alto índice de inadimplência e, devido a isso, certo esfriamento do mercado pela falta de crédito. Ademais, outro efeito estarrecedor do hábito de consumo desregrado pode ser aludido ao fenômeno global das marcas famosas que gera, especialmente entre os mais jovens, um esfriamento nas relações interpessoais e a criação de bolhas sociais que exila indivíduos em grupos semelhantes, mais homogêneos, levando em consideração o que se possui.    Consoante afirmação de Schumpeter, no coração do capitalismo está a destruição criativa, ou seja, faz-se presente o grande movimento descomedido de criação de novos produtos para consumo. Destarte, seria da alçada do Governo Federal, por meio do Ministério da Educação, a elaboração de aulas no ensino médio quanto à gestão financeira, tendo como base os gastos domésticos e economias que podem ser feitas diariamente, além de apresentar os males que cartão de crédito e parcelamento podem trazer. Assim, o número de consumidores conscientes aumentaria e, consequentemente, a inadimplência cairia de maneira relevante, evitando-se acordos exorbitantes baseados em juros altos e o esfriamento do mercado capitalista que move o país.