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Enviada em: 12/09/2017

O renomado economista americano Gary Becker, certa vez disse que o consumidor, na medida em que consome, é um fabricante. Que produz, pura e simplesmente, a sua satisfação. Não sabemos precisar bem quando esta prática de obtenção de bens teve início. O que pode se afirmar é que, a partir da primeira revolução industrial, o consumismo veio a tona como fenômeno de massa. Tal ocorrência chega ao Brasil, principalmente, após a fase republicana, trazendo consigo todos os seus ônus. No contexto atual,  o endividamento das classes economicamente menos abastadas, e a relação com o meio ambiente são questões delicadas quando este tópico está em pauta.              Antes de tudo, é preciso considerar que, segundo pesquisa divulgada pelo Ibope Inteligência, a classe C, ganhou mais de 40 milhões de novos integrantes. Estes, impulsionados pela oferta facilitada de crédito e bombardeio da mídia propagandista, tem o seu padrão de vida gradativamente elevado, passando a consumir mais. Em muitos casos, estas pessoas não receberam instruções sobre educação financeira adequada, e gastam além do que o orçamento as permite. Está prática, por vezes se repete, elevando os níveis de inadimplência e criando problemas sociais que deverão ser tratados posteriormente pelo estado.          Sob essa conjectura, é pertinente salientar que, segundo pesquisa feita pela feita pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produz quantidade semelhante de resíduos sólidos por habitante, que muitos países desenvolvidos, mas descarta todo esse lixo de forma inadequada, assim como nações pobres. A obsolescência programada corrobora para tal situação, uma vez que o produto tem a sua vida útil estipulada ao sair da fábrica, tornando a substituição por um artigo novo praticamente obrigatória em curto espaço de tempo. Pilhas intermináveis de lixo são cenário comuns das médias e grandes cidades brasileiras.                   Diante do exposto, podemos concluir que faz-se necessário a adoção de medidas para melhorar a relação do brasileiro com o consumo. As escolas podem trabalhar junto ao corpo familiar, através de brincadeiras lúdicas, cartilhas, e jogos educativos a educação financeira, visando a instrução adequada dos cidadãos desde criança. É importante que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR), adote regras mais rígidas na regulação das propagandas, para evitar um pouco do apelo midiático, diminuindo a obtenção de bens supérfluos. Também é relevante que, as prefeituras estejam mais atentas a questão do lixo. Investindo na coleta seletiva, e criando locais adequados para o descarte dos materiais, evitando que mais lixões sejam criados. Somente desta forma, pode-se construir uma sociedade, em que o prazer no consumo se converta em algo secundário.