Materiais:
Enviada em: 25/09/2017

O escritor francês Guy Debord, já dizia em frase " Os homens se parecem mais com seu tempo que com seus pais". Com isso, o escritor já alertava que os padrões comportamentais adotados pelas pessoas na contemporaneidade, teriam mais ligações com as práticas vigentes do que com os costumes históricos que serviram de base para o desenvolvimento da humanidade.Nesse contexto, a interiorização das práticas consumistas inerentes do século XXI, tem se destacado como um grande problema, haja vista que, boa parte das pessoas se utilizam deste meio como refúgio das exigências e tensões hodiernas.   A dificuldade de boa parcela dos brasileiros, em saber diferenciar o que é imprescindível do que é prescindível aliado as pressões do dia dia, tem feito com que diversas pessoas passem a ver as compras como uma espécie de remédio.Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito, 40,2 porcento da população consumidora no Brasil fazem do consumo uma forma de alivio aos estresses causados pelos excessos de responsabilidades e tarefas. Tal fato, pode gerar grandes problemas sociais, como o acentuamento das disparidades do poder de compra entre classes mais altas e classes mais baixas economicamente.  Supracitado alguns dos elementos que integram a questão do consumo brasileiro, vale ainda mencionar os desmembramentos que este processo pode ter para o desenvolvimento psíquico da população infantil. Segundo Aristóteles, na pólis grega a felicidade individual consiste na realização como um todo da própria sociedade, a isso ele chamou de eudaimonia. Contudo, nos dias atuais observa-se que a felicidade, desde a mais tenra idade, não está atrelada ao conceito de felicidade do corpo social, mas sim da realização individual. Prova disso, são as profundas mudanças, no que concerne os objetos de desejo do público infantil na atualidade, pois é comum a veiculação de diversas propagandas salientando a necessidade das crianças possuírem determinado produto para se sentir feliz ou se sentir parte de um grupo de amigos.  Sendo assim, observa-se que se faz necessário que as questões relacionadas ao consumismo no Brasil passem a ser objeto de cognição pelas autoridades públicas do país. Portanto, o governo federal deveria promover a realização de campanhas de combate ao estresse e ao consumo inconsciente, juntamente com o apoio de psicólogos e economistas, no intuito de admoestar ao público a não adotar o consumo como tratamento anti estresse e ainda prevenir o aumento de devedores, principalmente das classes menos favorecidas. Aliado a isso, o Legislativo deveria impor sanções para otimizar o controle das propagandas ao público infantil, na finalidade de poupá-las do consumismo exacerbado.