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Enviada em: 29/09/2017

"Ver para prever, a fim de prover". O pensamento de Comte demonstra que se a população fosse consciente de sua realidade, tanto financeira quanto ambiental, os hábitos de consumo seriam totalmente diferente. Os brasileiros se renderam ao capitalismo e consomem o que não precisam e o que muitas vezes não podem pagar. Assim, buscando uma forma de satisfação pessoal ou ascensão social.       Em primeiro lugar, é importante citar que a Revolução Industrial transformou os hábitos de consumo, por conta da produção em massa foi moldado um mercado consumidor para acompanhar esse avanço. Em função disso, criou-se ao longo dos anos, por meio de propagandas e marketing, um desejo desnecessário pelos produtos e serviços como forma de satisfação pessoal, ou seja, prazer por consumir. Além disso, esse sentimento de felicidade é enraizado desde a infância, pois as empresas utilizam, principalmente, desenhos ou artistas famosos para atrair a atenção desse público e incentivá-los a comprar.       Acresce que, no Brasil, determinadas marcas são símbolos de status social e tornam-se objetos de desejo, independentemente do consumidor ter ou não poder aquisitivo para comprá-los. Inclusive, esse hábito de consumo influencia fortemente o crime, pois pessoas que não tem dinheiro para comprar algum produto da moda optam pelo roubo para poder ter acesso à bens de consumo que para população menos favorecida é, geralmente, inacessível. Assim, ter o carro mais caro ou a blusa da moda é usado para determinar a posição de um indivíduo na sociedade, o que desvaloriza a pessoa enquanto ser humano e o transforma em simples objeto.       Conclui-se que os hábitos de consumo do brasileiro são moldados socialmente e a permanência desse consumismo é insustentável à longo prazo. Dessa forma, é necessário que as regras para propagandas direcionadas ao público infantil sejam enrijecidas pelo Conar, visando minimizar o desejo de consumo causado pela linguagem verbal e não verbal utilizada. Também é essencial desvincular a ascensão social à bens de consumo, portanto, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Destarte, é possível transformar um pensamento produzido na Revolução Industrial, mas que no mundo contemporâneo já não é mais cabível.