Enviada em: 01/10/2017

É indiscutível que a prática de consumo contemporânea dos brasileiros representa um desafio a ser enfrentado de forma mais organizada e urgente nos dias atuais. Isso se evidencia não só pelo exorbitante número de pessoas a comprar de forma desenfreada, como também pelas problemáticas sociais acarretadas por tais hábitos.     O filme "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" retrata a vida de uma personagem que consome compulsivamente, não sendo capaz de se controlar e, como consequência disso, permanece constantemente endividada. Apesar de fictícia, a situação assemelha-se bastante com a de milhares de brasileiros atualmente, tendo em vista que apenas 3 em cada 10 pessoas no Brasil consomem equilibradamente. Os reflexos sociais disso são preocupantes, já que indivíduos consumistas agem de forma descontrolada, independentemente de seu poder de compra, contribuindo, muitas vezes, para agravar sua condição financeira, o que delimita um abismo cada vez maior entre as classes sociais.    Nesse sentido, as empresas promovem a perpetuação do problema, através do fenômeno conhecido como "obsolescência programada", no qual produtos recebem prazos de validade, o que obriga as pessoas a comprarem mais, em virtude dos menores tempos de uso dos aparelhos. De acordo com os sociólogos Theodor Adorno e Max Horkheimer, a Indústria Cultural, representada pelos meios de comunicação, é responsável por ditar o comportamento  das massas. Sendo assim, a mídia influencia fortemente esse estilo de vida, manipulando até mesmo o público infantil, com propagandas altamente apelativas para essa faixa etária.     Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O Ministério das Comunicações deve garantir a participação dos meios midiáticos na conscientização, através de propagandas televisivas e novelas que promovam o consumo equilibrado. Ademais, a escola deve introduzir não só palestras que demonstrem a importância de um estilo de vida consciente, como também psicólogos, a fim de orientar melhor os alunos.