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Enviada em: 04/10/2017

Em virtude das mudanças no modelo de produção causadas pela Revolução Industrial, há hoje grande oferta de produtos no mercado, fator que incentiva cada vez mais o consumo. Entretanto, a influência coletiva e midiática, ao relacionar bens materiais com situação social, causa o problema do consumismo. Esse revés consiste na compra em demasia de produtos supérfluos e tem efeitos semelhantes ao vício em jogo, tais quais a dependência e ansiedade. Verifica-se que, no Brasil, a falta de atenção dada a essa problemática pela sociedade torna a situação crítica.          É plausível referenciar o educador Paulo Freire ao considerar a problemática do consumismo: para ele, a educação é recurso essencial para a mudança social, e o Brasil sofre com a precariedade da educação financeira para crianças e adolescentes. Sem ensino de qualidade, os jovens não sabem como lidar com o dinheiro e as melhores formas de operá-lo, vindo a tornar-se consumidores compulsivos devido à influência social e midiática, que os faz querer pertencer a determinado grupo a qualquer custo, ainda que inviável a suas realidades financeiras. Tal situação pode, ainda, desencadear distúrbios como estresse, ansiedade e depressão, transformando a questão em um problema de saúde pública.         É pertinente salientar que, em detrimento dessa questão, o entrave social causado pelo consumo sem planejamento faz com que um grande número de famílias se tornem inadimplentes: em 2017, o número de cidadãos com dívidas em atraso era de 61 milhões de pessoas, de acordo com o Serasa, órgão responsável por análises e informações de crédito. A demasia na hora de comprar afeta ainda o meio ambiente, pois o excesso de lixo produzido todos os dias e a carência de um sistema eficiente de reciclagem esgota os recursos do planeta com a produção incessante e polui biomas inteiros com dejetos descartados de maneira inadequada.          Para reverter o entrave do consumo desenfreado, consta-se que é necessária a ação conjunta da mídia e do Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR) na redução de propagandas veiculadas no país, além de campanhas informativas a fim de incentivar o consumo consciente. Somado a isso, cabe ao Ministério da Educação a adição de aulas de educação financeira à base nacional curricular, a fim de conscientizar os jovens acerca da importância do planejamento de finanças. Por fim, é fundamental a ação da sociedade no descarte correto do lixo, bem como a ação das prefeituras na melhora do tratamento de detritos nas cidades. Dessa forma, será possível gozar de uma sociedade plena.