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Enviada em: 27/10/2017

A Revolução Industrial e o fim da Guerra Fria condicionaram a consolidação do modelo econômico capitalista no mundo. A partir de então, o consumo tornou-se essencial para a manutenção do sistema capitalista. Contudo, na realidade brasileira, observa-se o consumo desenfreado, que contribui para o aumento das desigualdades sociais. Diante disso, deve-se analisar como o fetichismo e a obsolescência programa influenciam na problemática em questão.  O fetiche de mercadoria é o principal responsável pela intensificação do consumo. Esse fenômeno foi estudado por Karl Marx e, segundo o sociólogo, consiste na valorização da mercadoria, a qual deixa de ter um valor real e adquire um valor simbólico, sendo sinônimo de adoração. Consequentemente, há um forte incentivo a aquisição, por meio de propagandas midiáticas que disseminam a importância das mercadorias produzidas em larga escala; assim, de acordo com Adorno e Horkheimer, a publicidade não vende apenas produtos, mas uma pseudo-felicidade que desperta um desejo compulsório pela compra.  Ademais, a obsolescência planejada é outro agravante da problemática. Esse fato é uma tendência coletiva de mercado, as empresas vendem produtos que se tornarão inutilizáveis ou obsoletos em um curto período de tempo. Por conseguinte, a obsolescência técnica (a condição de uso do produto obrigam a compra de um novo) somada a obsolescência psicológica (um produto conservado é descartado por um novo) incentivam o consumidor a comprar de forma acentuada. Um exemplo disso são os smartphones, os quais são lançados de forma contínua pelas empresas.   Dessa forma, medidas são necessárias para resolver o impasse. Assim, é imprescindível que o CONAR (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) coíba os exageros na propaganda midiática, incentivando a denúncia, através de campanhas conscientizadoras e penalizando infratores, com intuito de diminuir o poder exagerado de influência da publicidade. Além disso, é importante que o Instituto Brasileiro de Defesa ao Consumidor promova o consumo consciente, por meio de campanhas e palestras que explanem os direitos do comprador e que debatam a diferença entre necessidade e desejo de comprar. Assim, ter-se-ia a atenuação do consumo exacerbado.