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Enviada em: 26/10/2017

Desde o surgimento da mecanização da produção e a ascensão do capitalismo, o mundo prioriza o consumo de produtos em detrimento de valores humanos essenciais. Nesse sentido, segundo Karl Marx, filósofo alemão do século XIX, para que tal retrocesso ocorresse, criou-se a ilusão de que a felicidade seria alcançada com a posse de mercadorias. Hoje, infelizmente, essa ideologia ainda permeia na vida dos brasileiros. Desse modo, é indispensável analisar como a Indústria Cultural a as redes sociais influenciam os hábitos de consumo da sociedade contemporânea.      Em primeira plano, é fundamental pontuar, que a Indústria Cultural é a principal responsável pela problemática em questão. Isso porque, segundo os filósofo Adorno e Horkheimer, alunos de Frankfurt e defensores da "Teoria Crítica", o sistema capitalista, através da Indústria Cultural, não vende apenas produtos, mas sim um pseudo-felicidade que desperta um desejo compulsório de consumo nas pessoas. Assim, em analogia a "Alegoria da Caverna" de Platão, cujo defende que a caverna simboliza o mundo, pois nos apresenta imagens distorcidas da realidade e que só é possível conhecê-la quando nos libertamos destas influências culturais e sociais, a mídia transforma o indivíduo em objeto e não permite, de fato, a formação de uma autonomia consciente. Não é à toa, então, muitas pessoas integram a chamada cultura de massa e, por isso, são consideradas alienadas.      Atrelado a isso, nota-se, ainda, que as redes sociais também fomentam a problemática. Conforme Sérgio Buarque de Holanda, o brasileiro é suscetível às influências estrangeiras. Sendo assim, no século XX, com a imposição do “American Way of Life”- modelo de vida americano- desencadeou-se o incentivo à adoção de costumes e à visão de supremacia cultural da potência mundial americana sob os demais países. Prova disso são os jeans, o pop e os fast-foods - padrões de vestimenta, de músicas e de alimentação- adotados nacionalmente. Dessa forma, a Globalização impulsionou o advento das redes sociais, como o Instagram, a ser um meio capaz difundir o ideal que o valor social do indivíduo corresponde ao seu poder aquisitivo, isto é, o quanto consome. Não ao acaso, empresas contratam famosos como estratégia ao incentivo à compra dos seus produtos.       Fica claro, portanto, que urgem medidas ao combate do principal propósito da sociedade: o consumo. Logo, baseado no pressuposto de que a educação é responsável pela formação do indivíduo enquanto crítica e cidadã, no qual defende Paulo Freire, o Ministério da Educação, deve propor debates com o embate reflexivo no cidadão quanto ao viés de "precisar ou necessitar" do objeto. Somente assim, o paradigma de George Orwell: “a massa mantém a marca, a marca mantém a mídia e a mídia controla a massa" será quebrado e poderá garantir um país com hábitos de consumo mais consciente.