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Enviada em: 18/11/2017

No romance “Clube da Luta”, de Chuck Palahniuk, o protagonista retrata um cidadão médio em uma sociedade de consumo; sentindo possuir uma vida vazia, ele tenta, sem sucesso, dar sentido a ela através da aquisição desenfreada de bens. No entanto, esse cenário reprovável também é vivenciado por boa parte da população verde-amarela, sobretudo por conta da exacerbada atuação de propagandas na criação de assíduos clientes.       Sendo assim, é preciso pontuar o papel da publicidade no mundo capitalista. Em vista disso, é observável que ela agrega valor ao produto ao enaltecer sua imagem, causando o fortalecimento do fetichismo da mercadoria, conceito de Marx, e da homogeneização de culturas. Esta última, concomitante à globalização, favoreceu a criação de exacerbados hábitos de consumo na contemporaneidade, de forma a impulsionar ainda mais a relação de dependência do indivíduo com a compra de bens materiais.       Ademais, é importante destacar a maneira como esses hábitos rotinizam o consumo. Assim, a síntese do repórter Charles Duhigg dividiu hábitos em três etapas: deixa, rotina e recompensa. Dessa forma, a propaganda criaria a deixa, ou seja, a angústia e a necessidade, gerando a rotina de aquisição e a posterior recompensa mediante usufruição do produto. Por meio dessa repetição, fica evidente o poder de imposição de um comportamento acrítico que possuem os comerciais e a mídia em geral e o ciclo criado que aprisiona o sujeito.       Portanto, medidas são necessárias para solucionar, a curto prazo, o caso brasileiro de descontrole sobre as compras. Em primeiro lugar, a ONG CONAR deve realizar uma análise mais criteriosa de propagandas, a fim de intervir nas mais abusivas. Por outro lado, o Ministério da Educação, aliado a escolas de rede pública e privada, deve promover palestras educativas, ministradas por professores e educadores, que debatam a questão do consumo para os mais jovens.