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Enviada em: 14/02/2018

Consoante o filosofo alemão Hartmut Rosa "A sensação de pressa é essencial para compreender a modernidade". Destarte, em um contexto no qual o tempo engole o homem e as relações se liquefazem expressivamente, estabelece-se o modelo da sociedade atual, que é proveniente da Primeira Revolução Industrial e é sustentado pela produção, transporte e venda incontáveis que, aliados a figura do trabalhador contemporâneo, gera, assim, o consumo desenfreado, um dos impasses que afligem o século XXI.       Mormente, convém analisarmos as causas dessa problemática. Aplicando as ideias de Adorno e Horkheimer, filósofos responsáveis pela criação da Teoria Crítica, nota-se que o sistema capitalista, através da Indústria Cultural, implanta a necessidade de consumo nas pessoas por meio da propagação de uma pseudo-felicidade, o que desperta um desejo compulsório de consumo, alienando os indivíduos, tornando-os incapazes de possuir uma autonomia consciente. Assim, origina-se a chamada cultura de massa, composta por pessoas alienadas que, impulsionadas pela busca constante da felicidade, contribuem para o perpetuamento dos hábitos de consumo exagerado dos brasileiros.       Ademais, os padrões de comportamento difundidos pela mídia associados a ideia de que o poder aquisitivo do indivíduo define o seu valor social colaborou para o aumento do consumismo em todas as classes sociais, sobretudo, as menos favorecidas.  Porém, o acesso aos bens de consumo não é fácil para tais grupos, o que intensifica a desigualdade social no país. Todavia, essa não é a única consequência desse entrave. Os impactos ambientais também configuram-se como resultado do consumismo, visto que toda mercadoria, necessariamente, advém de uma matéria-prima extraída do meio ambiente. Essa, por sua vez, dará origem a uma quantidade de lixo que se tornará um produto nocivo ao planeta Terra. Urge, portanto, a adoção de medidas de reciclagem, reutilização e redução.       Dado os fatos elencados, é imperioso a realização de ações que reduzam os índices de consumo na sociedade brasileira. Diante disso, o Ministério da Educação deve estimular o consumo consciente por intermédio de palestras em instituições escolares e propagandas publicitárias, para que a população desenvolva senso crítico suficiente para discernir itens que são dispensáveis dos que são indispensáveis à aquisição. O Ministério do Meio Ambiente, em parceria com ONGs e prefeituras, pode incitar as comunidades a separarem corretamente o lixo e fiscalizar as indústrias, de modo a reduzir os impactos ambientais causados pela produção massiva e o consumo demasiado que ela causa. Dessa forma, será instaurada uma relação harmônica entre os homens e o meio ambiente, tornando os consumidores brasileiros mais responsáveis.