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Enviada em: 30/03/2018

É indubitável que a cultura consumista representa um complexo desafio a ser debatido. Isso se evidencia não só pelo apego emocional que os indivíduos atribuem aos produtos por influencia da publicidade e da obsolescência programada, mas também aos impactos ambientais causados devido ao descarte irregular dos objetos obsoletos. Nesse âmbito, convém analisar quais são os fatores que corroboram para o desenvolvimento dessa problemática no tecido social brasileiro.     De acordo com os hábitos de consumo na modernidade, é perceptível que o tal vem mostrando desvios irregulares ao longo dos anos. Logo, tal fator ocorre devido as grandes influencias midiáticas que em suas propagandas assolam a mente humana com os contínuos sentimentos de insatisfação e exclusão. Em decorrência disso, o indivíduo no ato pueril de se encaixar em algum contexto social, busca nos novos produtos um efeito de satisfação que será totalmente paliativo, pois com a presença da obsolescência programada que é um mecanismo usado pelas indústrias para diminuir a vida útil do objeto, fará com que esse homem recém feliz retorne mais rápido para a cadeia consumidora. Com isso, nasce outra problemática, a eliminação das mercadorias obsoletas.     Ademais, o sociólogo polonês Zygmund Bauman dizia que a pós-modernidade girava em torno da lógica de descarte e substituição, com base nisso, deve-se perceber que esse sistema coloca em crise o meio ambiente, pois quanto mais adquire, mais descarta. Desse modo, a eliminação irregular de resíduos representa mais um desafio a ser combatido, porque além da irregularidade ser um fato em território nacional, o processo produtivo carrega em si muitas substâncias tóxicas, quando essas são incineradas ou aterradas de forma inconsciente são capazes de contaminar a atmosfera, o solo e os lençóis freáticos, ocasionando com isso, possíveis danos a saúde pública. É inadmissível, portanto, que um país vasto em recursos naturais e biodiversidade seja omisso ao mínimo que é a coleta seletiva e a instalação de aterros sanitários.       Com vista, portanto, a atenuação dessa problemática é necessário que o Senado use a França como modelo e coloque em vigor uma lei proibindo a obsolescência programada em território nacional, as empresas que seguem essa lógica devem ser punidas severamente, pois assim o consumismo será amenizado. Além disso, é fundamental que as prefeituras coloquem em ação a Lei do Lixo que é responsável pela coleta seletiva, o munícipe que não a cumprir deve ser multado, porque assim garantirá que todos cumpram a norma e boa parte dos resíduos gerados no país sejam reaproveitados. Ademais, outras medidas devem ser tomadas, porém como disse Oscar Wilde: "O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação".