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Enviada em: 30/03/2018

O consumo é o princípio fundamental da lógica capitalista que rege a maior parte da economia global, alcançando bilhões de pessoas no mundo. No contexto brasileiro, tal prática foi inicialmente difundida pelo o surto da industrialização ocorrido por volta do ano de 1930 e, atualmente, representa algo rotineiro na vida da população e, às vezes, é feita inconscientemente, de forma exagerada. Dessa forma, é fundamental discutir os limites do consumismo, tendo em vista os riscos que esse hábito pode causar na sociedade.  De acordo com uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), entre dez brasileiros, apenas três consomem de forma adequada. Tal índice demonstra a existência de uma cultura de consumo desenfreado difundida no país, o que é alarmante, visto que essa prática corrobora para a acumulação de lixo no meio ambiente através da alta produção para atender a demanda do mercado, além do endividamento do indivíduo, que busca sempre comprar mais. Urge, portanto, a necessidade de uma mudança no comportamento do brasileiro diante desse hábito.   Além disso, a facilidade de crédito oferecida pelos bancos e incentivada pelo Governo é outro fator corrobora para os altos índices de consumo no país. Na busca de alcançar um status social projetado pelos padrões impostos na sociedade e difundido pela mídia, o consumidor é coagido a comprar e acaba recorrendo ao uso dos parcelamentos de cartão de crédito e aos empréstimos, cujos juros são extremamente altos e abusivos. Logo, a camada mais pobre da população é a mais atingida, pois o indivíduo que não possui condições financeiras que sustentem esse hábito não consegue quitar suas dívidas e, consequentemente, sua posição nas classes sociais mais baixas é reforçada.  Para promover um modelo de consumo mais saudável, o Governo Federal deve criar campanhas educativas nos principais meios midiáticos a fim de informar aos consumidores os riscos desse hábito quando feito descontroladamente. Ademais, é papel do próprio Governo, em conjunto do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), regular as práticas de bancos privados através do estabelecimento de limites de juros e de crédito oferecidos aos clientes, com objetivo de prevenir a aplicação de taxas abusivas e o endividamento da população. Dessa forma, será possível mudar a forma como o brasileiro lida com a questão do consumismo.