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Enviada em: 07/04/2018

Consumo que Acrescenta      Ao término da Segunda Guerra Mundial, com o consequente início da Guerra Fria, Estados Unidos e União Soviética utilizaram suas armas mais poderosas um contra o outro: a propaganda. O "American way of life" (estilo de vida americano) passou a invadir as casas do mundo todo, gerando nas massas um anseio por viver o "Sonho Americano". Ainda que esse sonho fosse, na maior parte, um mito, a humanidade passou a utilizar do consumo para perseguir mais e mais sonhos etéreos como aquele.     A população brasileira tem aumentado seu ritmo de consumo, seguindo a tendência mundial. O consumo é inerente ao próprio capitalismo e, até certo limite, é necessário e saudável. O grande problema, no entanto, mora na falta de habilidade de consumidor comum em separar o necessário do impulsivo. O "celular do ano" e a "roupa da moda" se tornam obrigação de consumo para todas as classes sociais, gerando um endividamento nos menos privilegiados que escancara ainda mais a desigualdade social.       Outro aspecto importante a se pensar sobre a sociedade consumista é o da felicidade. Pesquisas indicam que o homem do século XXI tem estado cada vez mais infeliz. Muitas religiões do passado, que hoje vão sendo cada vez mais estudadas pela psicologia moderna, possuem uma resposta satisfatória: a felicidade está intimamente ligada à expectativa. Um cidadão que tem em seu maior anseio um carro popular, se sentirá feliz e realizado com um carro popular comum. Entretanto, uma pessoa que deseja uma Ferrari e ganha um carro popular, se sentirá infeliz e insatisfeita. Talvez a solução para o mal do nosso século, a depressão, esteja em adequar nossas expectativas à realidade, ao contrário do que a sociedade consumista faz.     Erroneamente, o consumismo tem sido encarado como a raiz de todos os males. Devemos, no entanto, utilizá-lo com consciência e sabedoria, para que possa ser criada uma sociedade mais justa e feliz. A principal mudança para alcançar esse objetivo mora na mídia. Ao invés de estimularem o consumo desenfreado, devem estimular o consumo saudável e produtivo: conhecimento e cultura, por exemplo, são ótimas opções. Além da mídia, o Estado deve cumprir seu papel em educar os futuros cidadãos, mais facilmente influenciáveis pela mídia de consumo, através das escolas, com palestras e aulas especiais, para que saibam o que e como consumir. Por último, cabe a todos nós, cidadãos brasileiros, sairmos do ciclo vicioso da "compra e dívida", mostrando que é possível, sim, consumir para acrescentar à sociedade.