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Enviada em: 09/04/2018

Nunca antes na história da humanidade, as pessoas foram tão iguais e tão diferentes ao mesmo tempo. Isso se dá por conta dos padrões comportamentais ditados pela grande máquina manipuladora usada pelo capitalismo: a mídia. A todo momento, as pessoas são bombardeadas com propagandas que as induzem ao consumismo, fazendo-as pensarem que é preciso "ter" para "ser".    Perante a sociedade do consumo, manuseada pelos interesses financeiros de uma minoria, percebe-se uma intensa crise identitária, onde os indivíduos precisam ter - ou mostrarem ter - para se sentirem parte de um corpo social, para "serem" alguém - que em sua maioria, não são. Esses padrões comportamentais alimentam as grandes marcas que, por sua vez, devolvem com mais estímulos levando os consumidores a comprarem seus produtos e vincular essa atitude à conquista de felicidade e plenitude.Tais padrões criam um cenário de desigualdade social e regional, onde a maioria das pessoas com alto poder aquisitivo se concentram em diferentes regiões e constituem determinadas classes sociais, sustentando a utopia de superioridade baseada na posse de bens materiais. O que alimenta a busca incessante do sentimento de pertencimento das classes menos favorecidas à sociedade como um todo.   Tudo isso gera um enorme impacto nas relações interpessoais. Agora, o valor das pessoas passa a ser avaliado de acordo com aquilo que elas têm, e não mais pelo que são de verdade. Há uma fusão dos valores morais e valores materiais, fazendo com que a individualidade e particularidade de cada um se percam, transformando-os em em simples engrenagens de um gigantesco motor que move a máquina manipuladora chamada capitalismo.   Para quebrar esse efeito dominó, é de fundamental importância remover a primeira peça: o poder manipulador da mídia. Para isso, é necessário que as famílias ensinem às crianças a diferença entre o que é supérfluo e que é necessário, mostrando que nem tudo o que se vê nas propagandas é relevante. Soma-se a isso uma revisão da Base Comum Curricular, de responsabilidade do Ministério da Educação, a fim de adicionar como obrigatório discussões e debates em salas de aula sobre os vários sistemas econômicos e seus objetivos, de modo a estimular o pensamento crítico do aluno enquanto potencial consumidor.