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Enviada em: 08/04/2018

De acordo com Èmile Durkheim, sociólogo estruturalista francês, "fato patológico" é aquele que prejudica o convívio social e destoa da "consciência coletiva". Desse modo, o consumismo pode ser considerado como tal, uma vez que dissemina seus valores individualistas, provocando a desagregação social. Diante disso, convém analisar os fatores que levam ao consumo excessivo.       Em primeira análise, tem-se a mídia- e seu potencial de influência em massa- como veiculadora da ideologia do consumo. Karl Marx, filósofo e economista alemão, preconizava já no século XIX que o capitalismo começava a apresentar sinais de superprodução e de saturação de mercados.  Para evitá-los as grandes corporações faziam uso dos recursos midiáticos com a finalidade de tornar públicos os princípios consumistas. Por conseguinte, alienando o corpo social.       Em segunda análise, apresenta-se a associação direta entre consumo e a felicidade. Consoante Aristóteles, a felicidade é a meta da vida humana. Seguindo essa linha de raciocínio, reina a mentalidade pautada em valores que pregam o consumo como único caminho de se encontrar a felicidade. A consequência é nítida: a mercantilização do mundo e a degradação do "ser" em razão do "ter".        Entende-se, portanto, que os hábitos de consumo no Brasil são causados pela mídia, além da  ligação direta entre consumo e felicidade.  Dessa maneira, é imprescindível uma sinergia entre o Estado e a população para resolver o impasse em pauta. Em primeiro plano, cabe ao Ministério da Educação estimular o pensamento crítico na sociedade por meio de palestras nas escolas e propagandas em telejornais, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado. Ademais, faz-se necessária uma postura individual no sentido de atrelar a felicidade a patrimônios consistentes, como laços de amizade e amor- com o fito de mitigar a fragilização da dignidade social. Só assim, o país tornar-se-á mais equilibrado no que tange à relação entre o homem e o consumo.