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Enviada em: 08/04/2018

O período que se seguiu ao fim da Segunda Guerra Mundial foi palco de profundas mudanças em diversas esferas da sociedade. E no Brasil não foi diferente, em consequência do processo de desenvolvimento rápido e desordenado vivido pelo país, o mesmo enfrenta problemas complexos dentro de sua comunidade como o excesso de hábitos consumistas. Diante dessa questão, urge a necessidade de se debater e compreender tais  práticas e seus impactos na sociedade.       Em um primeiro plano, é importante constatar como a estrutura socioeconômica foi modificada ao longo da história do país. Após anos de recessão e alta inflação, o Plano Real transformou o cotidiano das famílias brasileiras ao possibilitar um aumento de seu poder aquisitivo. Atrelado a essa nova realidade, a questão do consumo desenfreado por mercadorias cada vez mais obsoletas aflorou em todas as classes sociais. Nesse sentido, o consumismo evidencia problemas profundos e arraigados que representam um novo desafio para a sociedade.       Outrossim, torna-se imprescindível analisar a situação da população consumidora em meio ao crescente impacto da modernidade na organização social. A fluidez dos vínculos humanos, característica do processo de globalização presente a partir do final do século XX, atinge diretamente a forma como a mercadoria é manipulada. As relações volúveis e efêmeras, decorrentes do individualismo e vinculadas a incessante busca pela felicidade resultam no consumo desenfreado. Assim, a falta de habilidade do ser humano em lidar com suas dificuldades diárias têm sido substituída pela compra de bens de consumo frequentemente desnecessários a suas reais necessidades.       Segundo Francis Bacon, o comportamento humano é contagioso. Nesse sentido, o consumismo como base para a realização pessoal, enquanto permanece a ser reproduzido, torna-se enraizado e frequente. Desde a infância, a valorização do ter em função do ser é parte integrante da identidade do indivíduo. A vulnerabilidade social de tal parcela da população e o marketing agressivo, como forma de influência comportamental, são fatores determinantes na formação de uma sociedade fundamentada no apego demasiado à bens materiais de curta duração e que precisam ser constantemente renovados.       Para que se minimizem, enfim, os impactos dos hábitos consumistas tão presentes na atual sociedade, como a compra de mercadorias que não satisfazem a real necessidade do indivíduo, urge  um esforço do Ministério da Educação para a inclusão na grade curricular de séries de Ensino Fundamental conceitos sobre o consumo responsável e a importância de relações profundas e duradouras, por meio de acompanhamento psicológico profissional nas escolas e orientações aos pais quanto a tais práticas mediante cartilhas e palestras sobre o assunto.