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Enviada em: 07/04/2018

A partir da mecanização da produção, o estimulo ao consumo tornou-se um fator primordial para a manutenção do sistema capitalista. Assim, de acordo com o filósofo Karl Marx, para que esse incentivo ocorresse, criou-se o fetiche sobre a mercadoria - constrói-se a ilusão de que a felicidade seria encontrada a partir da compra de um produto. Já no Brasil atual a situação não é diferente. Seja pela influencia midiática, seja pela relevância no status social, o consumo desnecessário ganha dimensões preocupantes, haja vista suas graves consequências no campo financeiro, psicossocial e jurídico.   É elementar que se leve em consideração que, em um sistema global, majoritariamente capitalista, a mídia passa a exercer sua função manipuladora para convencer a população a comprar cada vez mais e, consequentemente, perpetuar os hábitos consumistas. Além disso, alguns valores típicos da sociedade atual tornam-se contribuintes na prática do consumo. Dessa forma, o poder aquisitivo de um indivíduo é o que corresponde ao seu valor social, evidenciando essa perspectiva no ditado popular que diz: “o homem vale aquilo que tem”. Por conseguinte, o gasto com produtos supérfluos torna-se necessário para que o cidadão seja valorizado no meio social.    Em decorrência disso, surgem os problemas relacionados a saúde. Segundo uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), feita em todas as capitais do país, mais de um terço dos brasileiros (36,6%) faz compras para aliviar o estresse, gerando assim a dependência, a depressão, se torna um hábito, exagero e vicio e consequentemente acarretam o endividamento, parcelas acumuladas. O comportamento relacionado à compra compulsiva se caracteriza por um impulso incontrolável e irracional que tende a manifestar-se quando os indivíduos vivenciam sentimentos negativos e a compra compulsiva é definida, do ponto de vista médico, como uma desordem de controle do impulso ou desordem mental caracterizada por impulsos irresistíveis, na busca de amenizar sentimentos de depressão e solidão.    Evidencia-se, portanto, a necessidade da educação financeira desde as crianças até os adultos. A família deve conversar e conscientizar os filhos desde pequenos á como comprarem, o que é necessidade e o que não é, e a escola deve promover um planejamento, e adicionarem na grade curricular o ensino sobre a economia simples, voltada para o dia a dia. Faz-se necessário que, no campo psicossocial o acompanhamento psicológico para quem sofre com consumo compulsivo apender a desassociar a compra do prazer. E para reverter a problemática da mídia, é preciso que o campo jurídico passe a observar e regulamentar a atuação e o impacto das propagandas e assim combater a absolescência programada.