Materiais:
Enviada em: 04/04/2018

A Revolução Industrial provocou uma mudança brusca nas sociedades, pois a introdução da produção, transporte e venda em massa trouxe como resultante um derivado do consumo, este que em suma serviria para suprir as necessidades do indivíduo, mas que análogo a fenômenos como a obsolência programada, publicidade e o próprio capitalismo, deu origem a sociedade de consumo. No Brasil, esta sociedade se apresenta em todas as formas, e não possui classe social e nem mesmo idade. Nesse contexto, são discutidos os hábitos de consumo do brasileiro no período hodierno.    No mundo pós-Segunda Guerra, instaurou-se nos Estados Unidos o "American Way of Life" que tinha o consumo como sinônimo de sucesso, de qualidade de vida. O país constituia o lado capitalista da Guerra Fria, que defendia a expansão produtiva e econômica e, mesmo após a crise de 1929 deixou marcas expressivas no país e no mundo, incluindo o país canarinho, tal qual hoje apesar da crise econômica e política, não deixa de consumir. Fato que realmente é necessário ao ser humano, tendo em vista que precisamos comer, beber e ter o que vestir, porém é extremamente influenciado por meios midiáticos e pela própria sociedade, que cria padrões e traz o consumo de "marcas" como meio de inserção social, acarretando em problemas que evidenciam ainda mais a desigualdade social, gerados pelo consumismo inconsciente ou sem limites.   Outrossim, o ato de comprar usualmente é ligado à felicidade, como se a mesma estivesse à venda, ideia que em partes pode ser concebida, pois com o consumo podemos adquirir bens, lazer e -infelizmente- até mesmo saúde e educação, que por muitas vezes seguem o fluxo do dinheiro, privilegiando as classes sociais mais abastadas financeiramente. Entretanto, na falsa busca pela felicidade através do consumo, pode se cair em abismos como a compulsão por comprar, as dívidas e a depressão por "não ter o que todo mundo tem", esta última que afeta a maior parte da população, que frequentemente frustrada, nunca se contenta com o que possui pois quando o alcança, aparece algo novo, diferente, algo mais tecnológico, o que se carateriza como a obsolência programada, tática capitalista, e que se estende ao âmbito psicológico por meio também de pressões sociais.    Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. De tal modo, cabe ao Ministério da Justiça em parceria com organizações cabíveis a criação de projetos e programas na tentativa de atenuar as desigualdades sociais da sociedade brasileira moderna, e ao combate tanto à obsolência programada quanto ao favorecimento de serviços educacionais e de saúde por vias financeiras. Aos meios midiáticos cabe a propagação da conscientização ao consumo consciente, e aos brasileiros a tarefa de voltar ao principado do consumo, o de ter o necessário e não o excedente.