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Enviada em: 02/04/2018

Adaptando-se a ideia milenar do filósofo francês René Descartes, a sociedade tem se baseado cada vez mais no lema “Compro, logo existo”. Verifica-se, portanto, que esse ideal é constatado na prática, trazendo problemas ligados intrinsecamente à realidade do país, seja pelo aumento do impacto ambiental em função do acúmulo de lixo gerado pelo consumo inconsciente, seja pelo uso do consumismo desenfreado como forma de bem estar e fuga da realidade. Nesse sentido, o problema exige uma ação mais arrojada do poder público e das instituições educacionais para tratar o problema.        Nesse contexto, convém destacar que a problemática do consumismo associada ao grande acúmulo de lixo não é recente, uma vez que, desde o final da Guerra Fria, com a consolidação do modelo econômico capitalista, cresce no mundo os problemas ambientais relacionados a esse contexto, motivado pelo apelo das propagandas disseminadas nas mídias televisas e sociais, que motiva cada vez mais o consumo inconsciente para a população, o que corrobora para a geração de um problema social com dimensões cada vez maiores.        Outrossim, destaca-se ainda como impulsionador do problema o uso do consumo como forma de ascensão social. Assim sendo, de acordo com o sociólogo Emile Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar, dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Como efeito negativo dessa linha de pensamento, é perceptível que o ato de fazer compras como forma de fuga da realidade é conduzido pela inconsciência ambiental a respeito dos problemas que essa ação pode gerar. Exemplos disso podem ser encontrados nas informações divulgadas pela mídia em geral, como na pesquisa realizada pelo SPC e CNDL, a qual diz que 40,2% da população entrevistada usa a compra como forma de reduzir o estresse.         Portanto, é evidente que que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem a construção de um mundo melhor. Destarte, o poder público em parceria com o MEC (Ministério da Educação) e o MMA (Ministério de Meio Ambiente), deve instituir nas escolas palestras ministradas por psicólogos e profissionais do meio ambiente para discutir as problemas do consumismo desenfreado e inconsciente, a fim de que, esse tecido social tome consciência da importância da sustentabilidade e a alteridade seja uma ferramenta oferecida nas escolas, pois, como dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo.