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Enviada em: 08/04/2018

Muito se discute acerca do impacto das indústrias na sociedade. Em 1930, com a chegada de Getúlio Vargas à presidência da república, o país passou por uma forte industrialização que gerou um consumo exacerbado. Hodiernamente, percebe-se cada vez mais a persistência e o aumento desenfreado da procura de produtos principalmente por parte dos jovens brasileiros. Nesse contexto, deve-se analisar como a mídia e as empresas intensificam o consumismo e como combatê-lo.      Em primeiro plano, o apelo midiático exerce grande influência na construção de uma sociedade consumista. A esse respeito, os sociólogos alemães Adorno e Horkheimer propuseram, no século XVll, o conceito de Industria Cultural, segunda o qual há tentativa midiática de padronizar os comportamentos da população e facilitar o consumo. Nesse sentido, as grandes empresas uniformizam propagandas e produtos a fim de impor à comunidade o modelo de mercadoria ideal para se ter. Dessa forma, muitas vezes por conta de status ou aceitação dentro de seu grupo, os indivíduos tendem a consumir de forma alienada. No entanto, não é razoável que a imposição publicitária persista em incentivar o consumismo em um Estado Democrático de Direito.     De outra parte, destaca-se as empresas como fortes impulsionadoras do consumismo por aumentarem os produtos de obsolescência programada. Isso acontece porque, com a ideologia capitalista de sempre vender mais, as indústrias projetam produtos de curto prazo e, assim, os itens tornam-se sem utilidade mais rápido, o que dificulta o menor consumo. Os produtos eletrônicos, por exemplo, estão cada vez mais com vida útil baixa e, por conseguinte, começam a manifestar problemas, deixando o cliente na posição de ter que comprar outro mais atualizado. Concomitantemente, as grandes cooperações estão sempre projetando novos produtos que resultam em uma enorme variedade de escolha que o consumidor pode fazer, intensificando o consumo desenfreado.      É evidente, portanto, que há entraves para que o consumo seja feito de forma não alienada, haja vista que tal impasse está intrinsecamente ligada a ordem econômica capitalista. Dessa maneira, é preciso que ações sejam feitas para formarem indivíduos críticos e independentes ideologicamente. Sob essa perspectiva, é imprescindível que o Estado promova, constantemente, campanhas no sistema público e particular de ensino do país, por meio de palestras e atividades desenvolvidas por profissionais no assunto, para que os jovens cresçam entendendo as consequências do consumo exacerbado. É mister, também, a implementação de propagandas, pela mídia, que apoiem o consumo consciente, uma vez que este é necessário para o bem-estar da população.