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Enviada em: 03/04/2018

No século XVIII, os gastos excessivos da corte francesa, para a manutenção luxuosa do Palácio de Versalhes, fomentaram a ocorrência da Revolução Francesa. De maneira análoga, no Brasil hodierno, muitos cidadãos possuem o hábito de consumir desenfreadamente. Nesse viés, é preciso analisar tanto as causas quanto as consequências de tal comportamento para mitigá-lo.      Frente a esse panorama, convém ressaltar que, segundo Bourdieu, "habitus" consiste em atitudes e ideologias exteriores enraizadas ao ponto de parecerem interiores. Diante do conceito sociológico, é notório que a corrente capitalista tornou o consumo excessivo um mecanismo aparentemente indissociável da sociedade. Tal situação é perceptível, visto que essa atitude, muitas vezes, é vista como natural e necessária para o alcance da felicidade e para o enquadramento do indivíduo no âmbito social. Dessa maneira, é necessário erradicar a característica de "habitus" dos gastos brasileiros alarmantes.     Outrossim, segundo Kant, o Estado deve, primordialmente, garantir a dignidade humana. Entretanto, as consequências do imbróglio em análise comprometem tal direito. Essa conjuntura ocorre, pois, como evidenciado no documentário "The True Cost", da Netflix, o consumo exacerbado gera altos índices de descarte de resíduos. Por conseguinte, entraves são ocasionados, como a contaminação de lençóis freáticos e a disseminação de vírus, como a dengue. Dessarte, a negligência governamental frente a mudança desse cenário contribui para a persistência do problema.     Portanto, é imprescindível que a Escola, por meio da inserção de disciplinas, como NDC (Noções de Direito e Cidadania), promova mais debates críticos sobre a associação entre consumo e capitalismo, a fim de, desde cedo, tornar os cidadãos consumidores conscientes. Urge, também, que o Estado, por meio de palestras, oferte mais instrução a população acerca de métodos de reciclagem, ensinando técnicas de reaproveitamento, como a compostagem, para reduzir o consumismo.