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Enviada em: 03/04/2018

O abcde do Brasil consumista       O hábito faz o monge e o shopping o consumo. No país, classes socioeconômicas surgem após o ano de 2002 conquistando o poder de compra e as mais abastadas já existentes buscando o exclusivo. O grande desafio de promover o consumo consciente se mostra necessário por meio de escolhas mais sustentáveis utilizando o ensino regular como propulsor, além de medidas governamentais.       Com o surgimento das classes D e E depois de medidas políticas e programas sociais que visaram oferecer dignidade e visibilidade alcançando êxito, embora a precariedade histórica do ensino público brasileiro tenha dificultado para a redução da desigualdade social que ainda é presente. O abismo inerente às classes favorece para a criação de bolhas comerciais e empresas que setorizam com o intuito de ganhar mais mercados. Para essa camada social, a necessidade de pertencimento, de Maslow, psicólogo estadunidense, é o sentimento mais importante.       A antiga classe média, hoje a repaginada, C tem o incômodo de observar os “pobres” alcançando voos em ponte aérea e a aquisição de mercadorias que antes a classificava. A confirmação de uma possível estagnação social não atormenta tanto quanto ver o filho da empregada doméstica conquistando uma vaga na universidade pública, por exemplo, no filme, que horas ela volta? É desse segmento que se observa consumo exacerbado, com o objetivo de coibir o vazio existencial.       Já para as classes A e B, o consumo é feito pela gourmetização e seletividade extrema. O valor do produto não diz muito sobre ele, mas, também, define o cliente. A segregação socioespacial imposta pelos mais ricos se confirma com a construção de shopping center ao lado de outro, Barra Shopping e Villagemall, na cidade do Rio de janeiro, com o objetivo de ser excludente. O mesmo ocorre com condomínios fechados de alto luxo, que são verdadeiras cidades cercadas por muros.       Pode-se, portanto, constatar que o consumismo no Brasil está presente em todas as classes, porém em tipologias. Visando reduzir o endividamento por meio dos ensinos fundamental e médio de economia doméstica para garantir um futuro mais promissor aos brasileirinhos. O ensino superior oferecendo disciplinas e cursos que promova práticas de customização, reciclagem e reuso com convênios com fábricas e coletores a fim de otimizar a economia. A necessidade de uma reforma tributária brasileira deve visar taxas as classes sócias proporcionalmente ao poder aquisitivo pretendendo abater as desigualdades sociais. Talvez, assim, o hábito de consumo se transforme em algo mais salutar.