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Enviada em: 07/04/2018

Consoante ao sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um "corpo biológico", por ser, assim como este, composta por partes que integram entre si. Nesse ínterim, para que ela se mantenha de forma coesa, é necessário ações fundamentais dos indivíduos, como por exemplo, o consumo de modo sustentável. Nesse panorama, contemporaneamente, percebe-se que a ideia do sociólogo está sendo desconsiderada, em razão ao aumento das desigualdades sociais e da alta poluição ambiental, consequências do elevado consumismo existente no Brasil, que persiste, seja pela manipulação por parte da mídia, seja pela má formação socioeducacional da Nação.      Nesse contexto, ressalta-se o cumprimento da ideia proposta pelo jornalista George Orwell, segundo o qual a massa é controlada pela imprensa. De maneira análoga, isso pode ser comprovado pela determinante participação das propagandas e anúncios publicitários no consumo do brasileiro. É muito frequente que, a divulgação comercial, com o objetivo de persuadir um público alvo, atraia o consumidor, que muitas vezes, mesmo sem condições, compra o produto por achar que o mesmo é essencial para uma vida melhor, ou pelo prazer em adquirir. Estudos realizados pelo SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) apontam que as classes mais pobres são as que mais consomem sem necessidade. Dessa forma, é comum o endividamento dessa parcela da massa, que agrava a desigualdade financeira na população brasileira.    Do mesmo modo, destaca-se a má formação socioeducacional da Nação como sustentáculo na origem do problema. Conforme ao jornalista Gilberto Dimenstein, em sua obra "O Cidadão de Papel", o comportamento manifestado por uma sociedade é reflexo da formação de seus integrantes. Grande parte da população brasileira não obtém acesso à educação de qualidade. Dessa forma, desconhecem o resultado promovido pelo consumo não sustentável, que gera o aumento da poluição, e consequentemente, prejudica a qualidade de vida de todos os seres vivos.     Para mitigar a supramencionada situação, urge que o Estado, por meio de campanhas na TV, rádio e escola, oriente seus cidadãos a consumir apenas quando possível, para que haja um menor endividamento dos indivíduos com baixa renda, visando uma sociedade mais igualitária. Concomitantemente, a sociedade civil deve engajar-se na resolução de problemas relacionados ao convívio social, por intermédio de fiscalizações e exigências, com a finalidade de manter o meio menos poluído.