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Enviada em: 04/04/2018

O filme "Os Delírios de Consumo de Becky Bloom" mostra de forma divertida o quanto o consumismo pode prejudicar a vida, seja ela pessoal, financeira ou psicológica. O longa-metragem conta a história de uma jovem consumista desenfreada que, por ironia do destino, consegue fazer sucesso na área de finanças pessoais após escrever sobre suas trágicas experiências. Essa película retrata a vida de muitos brasileiros, uma vez que, influenciados pela mídia, adotam hábitos de consumo desnecessários e que ganham dimensões preocupantes haja vista suas graves consequências ambientais. Dessa forma, medidas sociais para mitigar tal  entrave são emergenciais.            Em primeira análise, o padrão de consumo é característica recente na sociedade brasileira. Sob essa ótica, é notório a grande influência do American Way of Life -estilo de vida americano- que difundiu-se por todo o mundo, caracterizando o início de uma sociedade global, sobretudo, consumista. Nesse sentido, é interessante destacar como o processo de obsolescência programada induz a redução gradativa psicológica, que é identificada quando o consumidor descarta um produto em bom estado, a fim de comprar uma versão mais recente. Como consequência, fica evidente a relação de proporcionalidade entre consumo e a degradação ambiental.         Além disso, o poder midiático exerce grande alienação na sociedade. Isso acontece porque, segundo a Teoria de Adorno e Horkheimer, o sistema capitalista, através da Indústria Cultural, implanta a necessidade de consumo nas pessoas. Diante disso, o capitalismo não vende apenas produtos, mas sim uma pseudo-felicidade que desperta um desejo compulsório de consumo. Assim, a Indústria Cultural transformou os indivíduos em objetos e não permite a formação de uma autonomia consciente, provocando, dessa forma, a crise da razão. Não é à toa, então, que, segundo dados do Banco Central, as dívidas representam 43,99% da renda brutal anual dos brasileiros.          Torna-se evidente, portanto, que a questão do consumismo no Brasil precisa ser revisada. Em razão disso, cabe ao Ministério da Saúde, incentivar a cultura do acompanhamento psicológico nas comunidades, disponibilizando uma maior quantidade de profissionais da área para realizarem consultas nas clínicas dos bairros, no intuito de tratar os casos como a compulsão e a impulsividade. Ademais, o Governo Federal em parceria com as prefeituras deve estimular a comunidade a separar o lixo e entregá-lo em centrais de reciclagem, garantindo um benefício em porcentagem de desconto nos impostos como IPTU, a fim de comedir a problemática do lixo. Por fim, cabe ao Ministério da Educação, através de palestras nas escolas e propagandas midiáticas, estimular o pensamento crítico, evitando a entrada da população no mundo consumista sem um senso consciente pré-formado.