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Enviada em: 05/04/2018

Consumo programado     Com o fim da Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos souberam aproveitar a lacuna de poder deixada pelo conflito mundial e, assim, exportaram para os outros países o "american way of life" - o estilo de vida americano, no qual as famílias norte-americanas alcançavam a felicidade por meio da compra de produtos industrializados. Com efeito, essa ideologia conseguiu espaço no Brasil, contudo, a cultura de consumo se mostra grave problema social no país.    Em primeiro plano, a sociedade moderna deixou de consumir, majoritariamente, o produto necessário para adquirir o supérfluo. Nesse sentido, o sociólogo Zygmunt Bauman defende, na obra " A cultura do lixo", que se vive na, contemporaneidade, um ritmo vertiginoso de renovação, que envelhece os objetos mesmo antes deles saírem da fábrica. A esse respeito, verifica-se o estímulo a um consumo programado, por parte das indústrias; o que impõe, passivamente, ao indivíduo uma atualização sazonal de seus produtos tecnológicos - esteticamente perfeitos. Além disso, essa dinâmica contribui de forma negativa para o meio ambiente, em virtude da tonelada de lixo tecnológico acumulado anualmente, em decorrência da obsolescência programada postulada por Bauman.     De outra parte, o consumismo torna-se mecanismo de distinção social. Nesse sentido, Theodor Adorno e Max Horkheimer afirmam em sua obra "A indústria cultural - o Iluminismo como Mistificação de Massas - que os indivíduos se sujeitam a determinadas imposições para pertencerem a uma sociedade que se julga superior e tem caráter elitista. Desse modo, forma-se uma sociedade alienada vítima da indústria cultural cujo objetivo é estimular o consumo desvairado, ao criar o desejo por determinado artigo de luxo ou marca famosa. Dessa forma, tais produtos viabilizam um "status" social e, precipuamente, a certeza de aceitação social. Todavia, enquanto se mantiver a cultura de massa proposta por Adorno e Horkheimer, o corpo social será obrigada a conviver com um dos mais graves problemas contemporâneos: a alienação social perante ao consumo.     Impende, pois, que sociedade e instituições de ensino cooperem para desconstruir a cultura consumista no Brasil. Cabe aos indivíduos, por meio das mídias sociais, veicular conteúdos capazes de estimular a mudança no comportamento social brasileiro, no que tange ao consumo; a fim de criar uma sociedade mais racional e autônoma aos seus próprios gostos e desejos. É imperioso que as escolas realizem debates, por meio de palestras com sociólogos e psicólogos, a fim de construir uma juventude mais reflexiva e mais imune as imposições mercadológicas. Assim, a partir do combate ao consumo exacerbado, será possível alterar o hábito de consumo no Brasil.