Materiais:
Enviada em: 09/04/2018

O aumento da concessão de crédito, a ampliação da renda familiar e os projetos sociais implantados entre os anos de 2004 e 2011 propiciaram uma expansão do consumo no Brasil. Entretanto, os hábitos de consumo no país passaram a ser excessivos e irracionais a ponto de levar várias famílias a um endividamento insustentável, gerando consequências drásticas na economia. O crescimento dessa conduta na contemporaneidade incita uma maior esforço do Governo e da própria sociedade civil no intuito de prevenir e de combater tal prática.     Com efeito, em meio a um capitalismo desenfreado, a mídia passa a exercer influencia nos hábitos de consumo da sociedade, alienando e condicionando a população a comprar cada vez mais. Efetivamente, verifica-se, nos canais de televisão, propagandas abusivas que insistem relacionar consumo à ideia de felicidade, induzindo os telespectadores, principalmente os mais jovens, a hábitos de consumo incompatíveis com a renda familiar. Segundo o IBGE,a expansão média anual da taxa de consumo saltou de 0,8%, entre 1990 e 2003 para 4,1% entre 2004 e 2011. Esse fenômeno evidencia a necessidade de elaborar  leis que regulamentem a atuação de determinadas propagandas.     Além disso,  ressalta-se que, em muitos lares e estabelecimentos escolares, ambientes onde se deveria consolidar a base de formação social dos indivíduos em geral, não há o estímulo suficiente em prol do entendimento que o desempenho pleno da cidadania passa necessariamente pela educação financeira. Desse modo,a falta de um ensino voltado mais para questões sociais do cotidiano contribui para o hábito do consumo de bens supérfluos, fruto do histórico social que defende que consumir é um meio de se autoafirmar. Seguindo essa linha de pensamento, Baudrillard afirma que a sociedade do consumo é também a sociedade do condicionamento do consumo, isto é, um modo novo e específico de socialização.         Para que se minimizem, enfim, o crescimento do consumo desenfreado e irracional presente na atual sociedade brasileira, urge um esforço do Congresso Nacional para o aperfeiçoamento de leis voltadas à limitação de propagandas, estabelecendo penas mais severas para as indústrias publicitárias que se demonstrarem abusivas. Ademais, famílias e escolas podem, com diálogos constantes ou através da reformulação da grade curricular inserir disciplinas que permitam esse acesso a educação financeira o mais cedo possível, colaborando, dessa forma, para a construção de gerações mais saudáveis.